Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Reino Unido aumenta IR dos mais ricos para 50%

País também elevará taxas sobre cigarro e bebidas

DA REDAÇÃO

O governo do Reino Unido decidiu aumentar os impostos dos ricos em um esforço para reduzir o déficit público agravado por conta da crise econômica mundial.
Pelos planos do governo trabalhista de Gordon Brown, a alíquota máxima do imposto de renda no país -que recai sobre aqueles cujo rendimento excede 150 mil libras, ou R$ 480 mil por ano- será elevada de 40% para 50% a partir de abril do ano que vem. No Brasil, a alíquota máxima é de 27,5%.

Ao anunciar a medida, ontem, o ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, admitiu que a crise no país está mais grave do que o previsto, como atestam os novos números sobre a dívida pública e o desemprego.
Segundo o ministro, a dívida pública no Reino Unido deve alcançar 59% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano fiscal 2009/2010. No período 2008/ 2009, o endividamento representava 43,1% do PIB.

“Não há saídas rápidas. Não há soluções que possam ser tomadas da noite para o dia”, afirmou Darling ao apresentar a proposta de orçamento do país. Com o aumento na carga tributária, o Reino Unido passa a ser o segundo país do G7 que mais taxa os ricos, atrás da Itália. Além de aumentar o imposto dos ricos, o governo vai elevar as taxas de produtos como cigarro, bebidas alcoólicas e combustíveis.

O novo orçamento britânico também contempla medidas para estimular a economia. A peça prevê gastos de 2,7 bilhões de libras (R$ 8,6 bilhões) com a criação de 250 mil postos de trabalho. A taxa de desemprego no Reino Unido deu seu maior salto em quase duas décadas, com a perda de 177 mil vagas nos três meses até fevereiro. O total de desempregados chega agora a 2,1 milhões, maior nível no país desde 1997. Um auxílio aos setores automotivos e imobiliário também está previsto.

Darling estima que a economia britânica sofrerá uma retração de 3,5% neste ano, o pior resultado desde 1945 -a previsão, porém, é mais otimista que a do FMI (Fundo Monetário Internacional), que vê queda de 4,1% no PIB do país. A recuperação, segundo Darling, virá no ano que vem, com um crescimento econômico de 1,5%.

Com agências internacionais