Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Anápolis, de Goiás, Reginaldo de Faria diz que a retomada econômica é um importante parâmetro para a campanha salarial e a representatividade trabalhista na política deve ser ampliada para garantir direitos, avanços sociais e melhorias urbanas.
Como você avalia hoje a atuação do SindMetana, como é mais conhecido o Sindicato dos Metalúrgicos de Anápolis?
Reginaldo de Faria – Neste período de pandemia, o Sindicato sempre esteve e continua mobilizado, verificando se as empresas e fábricas têm colocado em prática e mantido as medidas de proteção recomendadas nos locais de trabalho. Esta luta em defesa da vida, da saúde e da segurança da categoria sempre será uma das principais prioridades para o SindMetana. Estamos também atentos ao cenário político e econômico, apoiando e participando das ações do movimento sindical unificado contra a crise, por emprego, trabalho decente e renda.
A atuação é permanente nas fábricas?
Reginaldo de Faria – Sim. A diretoria do Sindicato está presente de forma permanente junto à base metalúrgica de Anápolis, fazendo assembleias, reuniões e mobilizações com os trabalhadores e as trabalhadoras. Nestes encontros, abertos, democráticos e solidários, o SindMetana transmite informações importantes sobre as lutas em andamento e os benefícios oferecidos aos sócios, tira dúvidas, ouve as opiniões e aciona as direções das empresas e fábricas para exigir nos locais de trabalho as melhorias reivindicadas pela categoria.
Qual a expectativa pela retomada produtiva?
Reginaldo de Faria – Há evidentes sinais de retomada em diversos segmentos produtivos, com reflexos positivos no setor metalúrgico, inclusive com a geração de novos postos de trabalho na base. Ocorreram sim, por causa da crise econômica, demissões nas montadoras no Brasil todo, mas o setor está em plena fase de retomada. O crescimento produtivo da Caoa Chery é um importante exemplo.
Por qual razão?
Reginaldo de Faria – A empresa vendeu mais de 20 mil veículos no ano passado, com pretensões de vender neste ano mais de 50 mil e de aumentar de 115 para 142 o número de lojas no País. Deu início à produção do modelo Chery Tiggo 8 em Anápolis e, com relação aos empregos, nossa expectativa é que ela continue gerando cada vez mais postos de trabalho.
Se no ano passado a Caoa Chery abriu 350 empregos, até o final deste ano esperamos que a empresa gere um número de postos de trabalho ainda maior até o final do ano.
Tudo isto tem grande importância para a família metalúrgica e para o desenvolvimento econômico e social da cidade.
Inclusive para a próxima campanha salarial da categoria?
Reginaldo de Faria – Com certeza! Iniciaremos a campanha salarial 2020 em setembro, tendo também como parâmetro esta retomada, e contamos desde já com o apoio e a participação de todos os trabalhadores metalúrgicos e trabalhadoras nesta luta que, com certeza, será vitoriosa! Vamos, desde já, nos preparar para as negociações e lutar pela manutenção e ampliação das conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho e conquistar mais benefícios e um reajuste que seja condizente com o esforço dos trabalhadores durante o ano todo, inclusive neste período de pandemia, e garanta o poder de compra dos salários. Vale reafirmar: as empresas estão produzindo e contratando trabalhadores. Esta evidente retomada e o custo de vida serão os principais parâmetros para o SindMetana negociar com os patrões e conquistar o que é justo para família metalúrgica ter uma vida cada vez melhor.
Como você avalia as eleições municipais deste ano?
Reginaldo de Faria – É essencial para a classe trabalhadora e para o movimento sindical a ampliação de nossa representatividade na política, nos partidos, nos governos e parlamentos, pois só assim conseguiremos fazer um contraponto às forças políticas que agem contra os direitos e os avanços sociais. Para começar, precisamos de gente nossa na Câmara Municipal, defendendo projetos e medidas que tragam mais desenvolvimento econômico, empregos, melhorias urbanas e justiça social para Anápolis.