“2017 nem bem começou, mas já mostra que será um ano onde o movimento sindical vai ter que estar bem unido e antenado se quiser barrar os ataques aos direitos dos trabalhadores. É fato que as medidas que o governo pretende implantar não tem outro objetivo que manter privilégios do pessoal que esta na parte de cima da tabela , jogando todo o custo dessa regalia nas costas dos trabalhadores. Essa é a única conclusão que dá para tirar se analisarmos o comportamento do governo. Bateu o martelo para tudo que é medida que retira direitos. Mas fez pouco caso das propostas apresentadas pelo movimento sindical, que ajudariam a vencer a crise, sem a necessidade de retirar direitos. Além disso, até agora não apresentou nada que realmente vai ter efeito na recuperação da economia e dos empregos.
A preocupação e todo o empenho de Michel Temer está sendo em propor medidas que atacam de forma explicita os direitos da população . A tal da reforma previdenciária, em vez de ser para cumprir sua função de garantir uma velhice digna e tranquila para o trabalhador, está sendo proposta para obrigar a população a trabalhar até a hora da morte; A malfadada PEC do teto dos gastos, que trouxe a incoerência de limitar os investimentos em saúde e educação, mas não tocou nas regalias da politicada, foi criticada, pasmem, até pela presidente do FMI, em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial; Como se não bastasse, o governo agora vem propor uma reforma trabalhista, cujo único objetivo é acabar com os direitos trabalhistas, abrindo precedentes, inclusive, para anular toda a legislação que protege o trabalhador. Num único projeto, quer acabar com todas as conquistas que os trabalhadores levaram anos e anos de luta e sangue para conseguir. As medidas estão sendo criticadas, inclusive pelo Ministério Público e juízes do trabalho, que já afirmaram que as medidas, ao invés de modernizar, vão trazer o retrocesso para os trabalhadores. Por isso, não dá para se enganar!
O governo tem investido pesado e usado forte a mídia para tentar iludir a população a aceitar suas propostas como sendo medidas de “modernização”. Não dá para cair nesse papo. O que se quer é exterminar direitos da população para manter as regalias para empresas, políticos e a elite endinheirada. O que para esse pessoal é modernização, para o trabalhador vai ser precarização. Não vamos nos iludir. Ou a gente se une, ou voltaremos para as condições subhumanas do século XIX. Vamos para a luta”.
Sérgio Butka
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba/PR