Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Reestruturação da Thyssenkrupp garante reivindicações

Conquistado Acordo de Futuro e de Emprego
Nas negociações relativas à nova reestruturação estratégica do Consórcio Industrial ThyssenKrupp, o IG Metall e o Conselho de Trabalhadores do Consórcio conseguiram garantir importantes reivindicações.

Juntamente com a Diretoria, eles acordaram a exclusão de demissões por motivos de empresa e uma ampla participação dos trabalhadores nas vendas planejadas de setores.

Nas difíceis negociações entre os representantes dos trabalhadores da ThyssenKrupp e sua Direção sobre a planejada restruturação da empresa, o Conselho de Trabalhadores do Consórcio e o IG Metall conseguiram impor-se nos pontos mais decisivos, alcançando assim objetivos importantes da negociação.

• Exclusão de demissões por motivos de empresa.

• Vendas só a quem fizer a melhor oferta (Best Owner) no sentido dos trabalhadores.

• Ampla participação dos trabalhadores neste processo de venda.

Mantivemos o rumo

Thomas Schlenz, Presidente do Conselho de Empresa do Consórcio ThyssenKrupp, mostrou-se satisfeito com o resultado. “Nós não permitimos que nos fizessem mudar de rumo. Com o Acordo ´Futuro e Emprego`conseguimos garantir importantes reivindicações dos trabalhadores”.

Para isto, foi necessária uma maratona de negociações de dois dias, nos quais os representantes dos trabalhadores acordaram importantes Standards para os processos de mudança que vão começar.

Assim, não foi apenas regulada a exclusão de demissões por motivos de empresa, como também que os representantes dos trabalhadores deverão ser incluidos a tempo e horas em todos os processos de vendas, para assim poderem garantir os direitos dos trabalhadores.

Mais ainda: de futuro, os potenciais compradores deverão qualificar-se perante os representantes dos trabalhadores como bons e honestos novos proprietários – os chamados “Fair Owner” – ainda antes de terminar o contrato de compra.

Fair Owner

Um “Fair Owner”, no sentido do acordo, deverá preencher os seguintes critérios: garantia de disponibilidade para fazer investimentos, garantia dos direitos dos trabalhadores, apresentação de um plano industrial, garantia do futuro, dos locais de produção e do emprego, bem como manutenção e alargamento das estruturas de co-gestão.

Bertin Eichler, membro da Comissão Executiva do IG Metall e Vice-Presidente do Conselho de Administração da ThyssenKrupp AG, avaliou o acordo como “pedra miliária para a ThyssenKrupp e para os trabalhadores” e um bom sinal de honestas regras de jogo (Fairplay). “Nós queremos segurança e perspectivas. O nosso objetivo era, desde o início, aproveitar as chances que se apresentavam através da nova restruturação e limitar os riscos. Isto foi conseguido”, disse Eichler.

Os atingidos não serão deixados ao acaso

O Conselho de Empresa do consórcio salientou ainda que os trabalhadores não serão deixados ao acaso, mesmo depois de uma separação da ThyssenKrupp. Através da participação dos representantes dos trabalhadores, será constituido em cada caso um Conselho de Integração, que acompanhará cada um dos processos de integração no sistema de um novo propietário.

O IG Metall e os Conselhos de Empresa conseguiram impôr este resultado através do amplo apoio que receberam de todas as plantas. A pressão para se conseguir uma solução aceitável até à realização da Reunião do Conselho de Administração nesta próxima sexta-feira, 13 de maio, foi tão grande que, no final, ser tornou possível esse resultado na negociação.

Informação de Fundo

Os planos de restruturação vão atingir 35.000 trabalhadores dos 180.000 da ThyssenKrupp em nível mundial. O Presidente da Direção, Heinrich Hiesinger, quer vender o setor de aço inoxidável e grande parte do negócio de automotivos. Como argumento para esta restruturação de grande nível, a empresa apresenta as dívidas acumuladas pelo antecessor de Hiesinger, Sr. Ekkehard Schultz, que atingiram quase seis bilhões de Euros. Uma grande parte da soma a conseguir com as vendas previstas deverá ser utilizada para pagar dívidas. Além disto, deverão ser feitos ainda investimentos em setores de negócios com perspetivas de futuro, sobretudo nos países em desenvolvimento.

* Informação veiculada na quarta-feira, 11 de maio de 2011, pelo Sindicato do Metalúrgicos da Alemanha – IG Metall.

Texto traduzido por Manuel Campos
Coordenador de Projetos
IG Metall – IMB/FITIM – São Paulo/Brasil