Com produção este ano já superando os 3 milhões de unidades, volume recorde para um período de dez meses, a indústria automobilística brasileira encerrou outubro com 135,3 mil funcionários diretos, o maior contingente desde janeiro de 1991. Só no mês passado foram contratados 1.227 novos funcionários. Em 12 meses foram abertos 13,5 mil postos.
Do quadro atual, 116,6 mil trabalham nas fábricas de veículos e outros 18,5 mil nas de máquinas agrícolas. “Isso considerando que o sistema produtivo mudou significativamente”, ressalta o presidente do Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Segundo o executivo, a produção é mais enxuta e serviços antes feitos pelas montadoras foram terceirizados, como logística e produção de componentes.
Belini adiantou, no entanto, que esse patamar não deve se elevar nos próximos meses, quando o setor espera crescimento nas vendas, por conta das vendas durante as festas de final de ano. “A indústria já contratou o que precisava para atender à demanda de final de ano. Novos ajustes podem ser feitos ainda com o adiamento das férias coletivas, se necessário”, conta Belini.
O executivo preferiu não dar projeções sobre novas contratações para 2011, mas lembrou que o setor projeta um mercado de 5 milhões de unidades para 2015 e que novas empresas estão se instalando no País. “Tudo, no entanto, vai depender do tamanho do mercado. Se houver demanda, haverá crescimento”, afirma. (Beth Moreira e Cleide Silva)