Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Artigo

Protesto justo

Esta quarta-feira, 15 de março, será marcada por fortes protestos e paralisações em todo o País. A manifestação, que tem apoio de todas as Centrais, muitas Confederações, Federações e Sindicatos, visa mostrar ao governo que os trabalhadores não aceitam reformas que cortem direitos.

Basicamente, o governo ataca por meio de três iniciativas: 1) Reforma da Previdência, que é uma PEC repleta de maldades contra trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas; 2) Reforma trabalhista, que corta direitos e quer alterar, sem debate, uma legislação consagrada pela prática; 3) Terceirização, que trará enorme precarização ao trabalho e aos empregos.

Nenhuma Central Sindical, que fique claro, é contra reformas, é contra debater reformas, é contra modernizar legislação. O que não se admite é um presidente da República sem base popular fazer mudanças numa Constituição progressista, construída pelas forças sociais e por uma Constituinte democraticamente eleita pelo povo.

O povo brasileiro lutou longas décadas para dotar nosso País de uma legislação trabalhista avançada e de uma legislação social que proteja os setores mais carentes e estimule a inclusão. Estamos ainda muito longe de um padrão ideal, conforme deve ser o Estado de Direito. Portanto, precisamos de medidas que nos façam andar adiante e não retroceder décadas na história.

Nacionalismo – Todos os países ricos e poderosos são nacionalistas. Aqui, no Brasil, infelizmente, o nacionalismo muitas vezes é mal compreendido. Por exemplo: por que um sindicalista defenderia o conteúdo local para setores da nossa indústria? Por muitas razões. Uma delas é a defesa do emprego.

A Federação Nacional dos Engenheiros informa que a redução do conteúdo local – para a indústria de óleo e gás – nos custará a eliminação do mercado de cinco mil engenheiros. Eliminação não só dos empregos, mas de profissionais qualificados e com grande experiência no setor produtivo. Ou seja, perdemos engenheiros, conhecimento, tecnologia e desenvolvimento.

Enquanto o País perde mão de obra qualificada e fere o setor produtivo, o governo ataca direitos de aposentados e pensionistas.

Por todas essas razões, nosso protesto, nesta quarta, dia 15, será oportuno, necessário e justo. O governo precisa ouvir mais a sociedade e não tomar medidas unilaterais e lesivas aos interesses da maioria.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical

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