O protesto do trabalhador Cristiano Pereira contra as demissões arbitrárias e o assédio moral da Bosch Curitiba completa hoje 23 dias. Ele está acampado em frente à fabrica desde o dia 10 de março. Cristiano, que também é delegado de fábrica, foi demitido após ter reivindicado melhores condições de trabalho da empresa. Ele denuncia que há trabalhadores com sobrecarga de trabalho tendo que operar de três a quatro máquinas sozinhos. Além disso, a empresa também estaria intensificando as práticas antissindicais, dando advertências para cipeiros e dirigentes sindicais na tentativa de intimidar os trabalhadores.
Dificuldades
Segundo Cristiano, o sentimento com toda essa situação é de injustiça. Para o trabalhador, o fato de apontar as falhas dentro da fábrica não tem o objetivo de denegrir a empresa e sim de cooperar com a organização de um local de trabalho seguro. “Fui eleito pelo trabalhadores para lutar por eles, representar eles acerca de suas reivindicações e de suas necessidades. Se tem alguma coisa errada, minha obrigação é mostrar isso para a direção da empresa, para que se busque uma solução. Infelizmente estou pagando o preço apenas por estar cumprindo com minha obrigação”, diz Cristiano.
O trabalhador, que é casado e tem dois filhos, relata as dificuldades que começam a aparecer. “Com toda essa situação, minha família também sofre. As contas apertam no fim do mês”, diz Cristiano. Alguns trabalhadores já estão organizando uma vaquinha para ajudar . Além disso, muita gente que passa pelo acampamento é solidária com luta do metalúrgico trazendo alimentos e oferecendo apoio e palavra amiga.
Trabalhadores americanos organizam abaixo-assinado
A luta contra o assédio moral e as demissões ilegais ganha contornos internacionais a cada dia. Além das denúncias feitas pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba às organizações trabalhistas do exterior, trabalhadores americanos das fábricas da Bosch, localizadas no estado de Michigan, nos EUA, estão recolhendo assinaturas para pedir a reintegração de Cristiano e o fim do assédio moral na fábrica de Curitiba. O abaixo-assinado é organizado pela United Automobile Workers (UAW).
Apoio de entidades sindicais
Várias entidades sindicais de outras categorias estiveram no acampamento para demonstrar seu apoio à luta: Aposentados (Sindinap), cobradores e motoristas (Sindimoc), os trabalhadores dos têxteis (Sinditêxteis), de bebidas (Sindibebidas), gráficos e alimentação, entre outras.
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