Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Metalúrgicos de Campos/RJ

Protesto após 400 demissões

Após o consórcio Integra Offshore, formado pela OSX e a Mendes Junior e instalado no Terminal 2 do Porto do Açu, demitir 400 trabalhadores, os sindicatos que compõem a Federação dos Metalúrgicos do Estado do Rio de Janeiro realizarão, nesta sexta-feira (06), uma reunião com representantes dos sindicatos filiados para organizar um protesto contra as dispensas, que deve ocorrer na próxima semana. Segundo João Paulo da Costa Cunha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Campos, São João da Barra e Quissamã, a manifestação deve acontecer no dia 10 de fevereiro, na BR 101.

— Estive na sede da Federação hoje (terça-feira, 03), onde foi decidido que serão reunidos, na próxima sexta-feira, os sindicatos metalúrgicos filiados para que possamos debater a realização de passeata em repúdio às demissões que estão acontecendo. As dispensas não ocorrem só no Açu, mas também na refinaria de Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, bem como em todas as demais empresas que prestam serviço para a Petrobras direta ou indiretamente — afirma.

Apesar de a reunião ocorrer apenas na próxima sexta-feira, existe uma possível data e formato para o ato. “A passeata acontecerá na semana que vem, provavelmente na terça-feira (10). Não vamos interromper o trânsito na BR 101 e nem queimar nada. Caminharemos da Paróquia Nossa Senhora do Rosário até o antigo trevo do índio — adianta.

Segundo Cunha, o objetivo é alertar para a aplicação de recursos e fomentação de empregos no exterior, em vez de no país, por parte da estatal. “A Petrobras está licitando grandes obras em Cingapura e na China, tirando empregos do Brasil”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Campos afirma que os departamentos jurídicos da instituição e da Federação dos Metalúrgicos estão “vendo medidas que deveriam ter sido negociadas com os sindicatos, mas que foram ignoradas no momento das demissões. Simplesmente demitiram e pronto”, disse João Paulo.

O consórcio — Formado por OSX e Mendes Junior, o consórcio Integra Offshore tem contrato para construir e integrar módulos de duas plataformas da estatal. A Mendes Junior é uma das 23 empresas que tiveram contratos futuros com a Petrobras bloqueados por conta das denúncias da Operação Lava Jato e estaria na iminência de pedir socorro à Justiça. A situação financeira de sua sócia na Integra, a empresa de construção naval OSX, não é melhor. A companhia fundada por Eike Batista já está em recuperação judicial e tem uma dívida bilionária. Operários temem que as empresas desistam do projeto.

A Petrobras não recebeu pedido de mudanças na composição do consórcio. A estatal afirma que “não fez quaisquer solicitações para redução de gastos, paralisação de atividades ou dispensa de funcionários”.

M.C.

Foto: Divulgação

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