Lançamento do manifesto, em abril , na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, com presenças da professora Maria Victoria Benevides, do escritor Raduan Nassar, do ex-ministro Celso Amorim, da jornalista Eleonora de Lucena, ex- ministro Bresser-Pereira e Fabio Konder Comparato. Foto: Tadeu Anderson
Líderes do Projeto Brasil Nação apresentam nesta quinta-feira, 5 de outubro de 2017, às 17h, manifesto em defesa de eleição direta e irrestrita em 2018. O lançamento ocorrerá no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (R. Rêgo Freitas, 530, São Paulo), com entrevista coletiva dos ex-ministros Luiz Carlos Bresser-Pereira (governos Sarney e Fernando Henrique Cardoso) e Celso Amorim (governos Lula e Dilma Rousseff) e do historiador e cientista social Luiz Felipe de Alencastro.
O texto afirma que “a democracia brasileira está em perigo” e alerta: “Para completar o golpe parlamentar, os atuais detentores do poder discutem a ideia de costurar um remendo parlamentarista ou adiar a eleição presidencial de 2018. Há tentativas de impedir a plena representação das camadas populares. Tudo isso é inaceitável”.
O manifesto defende que “o atual governo impõe uma política radicalmente oposta à decisão soberanamente expressa pelos eleitores no escrutínio de 2014. A eleição presidencial de 2018 é a condição essencial para que o governo recupere legitimidade e possa liderar um projeto de desenvolvimento nacional”.
O Projeto Brasil Nação reúne um grupo de intelectuais, artistas, economistas, advogados, jornalistas, sociólogos que, em abril passado, lançou um manifesto inaugural que já obteve mais de 11 mil assinaturas. O texto condena a destruição do país pelo atual governo ilegítimo, antipopular e antinacional e aponta para a necessidade de os brasileiros recuperarem a ideia de nação e formularem um projeto para definir rumos para um futuro com soberania, democracia, desenvolvimento e redução das desigualdades.
Se o primeiro manifesto foi mais focado na esfera econômica _definindo cinco pontos de um projeto nacional _, neste segundo texto o grupo se posiciona sobre a questão democrática, a um ano da eleição presidencial. Adesões aos manifestos do Projeto Brasil Nação podem ser feitas em www.bresserpereira.org.br.
Abaixo, o manifesto:
Eleição presidencial direta e irrestrita em 2018!
Nós, que, em abril deste ano, assinamos o manifesto do Projeto Brasil Nação, voltamos aos brasileiros para defender a manutenção de eleição presidencial direta e irrestrita.
A democracia brasileira está em perigo. Para completar o golpe parlamentar, os atuais detentores do poder discutem a ideia de costurar um remendo parlamentarista ou adiar a eleição presidencial de 2018. Há tentativas de impedir a plena representação das camadas populares. Tudo isso é inaceitável.
A eleição presidencial direta representa o momento alto da nossa vida política brasileira. Ao longo das lutas republicanas, as eleições presidenciais, fortalecidas pelos dois turnos que garantem a maioria absoluta ao presidente eleito, se transformaram no momento político da afirmação na identidade nacional.
Na diversidade de suas regiões, de seus sotaques, de suas crenças, os eleitores arbitram o debate democrático sobre os destinos do país. No século 19, o Brasil foi o único agregado colonial da América que não se fragmentou na Independência. Na segunda metade do século 20, o Brasil se urbanizou, se expandiu para o Centro-Oeste e para o Norte. Desenvolveu sua indústria, criou a Petrobras e o BNDES, investiu em ciência e tecnologia. Padeceu a opressão ditatorial e reconquistou a liberdade.
Ampliada e consolidada na Constituição de 1988, a democracia republicana transformou a carcaça autoritária e oligárquica herdada do Império num vibrante Estado-nação. Nesse processo, a eleição presidencial permitiu que a maioria social se transformasse em maioria política.
Na contramão dessa conquista, o atual governo impõe uma política radicalmente oposta à decisão soberanamente expressa pelos eleitores no escrutínio de 2014. A eleição presidencial de 2018 é a condição essencial para que o governo recupere legitimidade e possa liderar um projeto de desenvolvimento nacional.
A diversidade e a liberdade de nosso país, a esperança dos que participaram da transformação da maioria social em maioria política, formam uma poderosa barreira contra o autoritarismo. Mas, no curto prazo, a perplexidade dos brasileiros diante da ambição de políticos sem voto, do sentimento de impunidade e de um programa antipopular e antinacional proposto pela grande finança e seus aliados favorece as manobras contra a democracia, contra a eleição presidencial direta, contra o sufrágio verdadeiramente integrador da nacionalidade.
Eleição presidencial direta e irrestrita em 2018!