A produção de aço bruto cresceu 6,9% no primeiro semestre deste ano e chegou a 17,447 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pelo IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia). Apesar da produção em alta, o aumento da demanda e o crescimento dos setores automotivo, de construção civil e de bens de capital levaram a uma queda nas exportações de produtos acabados de 32,6%. Segundo o presidente do IBS, Flavio Roberto de Azevedo, as siderúrgicas tiveram de destinar parte das exportações para o mercado interno. A queda nas exportações só não foi maior porque houve aumento das vendas de produtos semi-acabados para o exterior de 16,2%, em razão do aumento da capacidade com a entrada de novas plantas. Em valor, as exportações aumentaram 3,2% e somaram US$ 3,665 bilhões no primeiro semestre.
No mercado doméstico, as vendas bateram recordes e chegaram a 11,492 milhões de toneladas, o que representa aumento de 18,4% em relação ao primeiro semestre de 2007. “O recorde de vendas está alinhado ao crescimento expressivo do setor automotivo”, afirmou o presidente do instituto.
Azevedo descartou risco de desabastecimento do mercado interno. Segundo o IBS, a demanda doméstica soma 22 milhões de toneladas e o setor pode produzir 41 milhões de toneladas. O consumo aparente, que inclui vendas internas e importações, cresceu 21,5% no primeiro semestre e atingiu nível recorde de 12,5 milhões de toneladas. As importações atingiram 1 milhão de toneladas e subiram 59% com o cenário de aumento da demanda e condições favoráveis relacionadas à taxa de câmbio e a alíquotas de importação reduzidas de alguns produtos siderúrgicos.
O instituto revisou para baixo estimativas de produção de aço bruto, de 37,637 milhões de toneladas para 36,275 milhões de toneladas. Apesar da mudança, o novo número ainda representa aumento de 7,4% em relação a 2007.
por JANAINA LAGE