Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Produção de aço cresce 4,7% em março no País


Em relação a março de 2008 houve queda de 41,5%

Irany Tereza, RIO

A produção brasileira de aço bruto manteve em março o ritmo acentuado de queda, de 41,5% ante o mesmo mês do ano passado, seguindo o declínio da demanda internacional. Mas, com 1,731 milhão de toneladas produzidas no mês, o saldo foi 4,7% superior ao de fevereiro. O vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Polo de Mello Lopes, disse que a siderurgia segue em lenta recuperação e ressaltou que o desempenho este ano vai depender prioritariamente do comportamento interno da economia.

A demanda externa por aço, que até o agravamento da crise sustentou quase metade da produção brasileira, não dá sinais de recuperação significativa. A estimativa ainda não oficial da entidade internacional que congrega a indústria siderúrgica, a International Iron and Steel Institute (IISI), é de queda este ano em torno de 19% ante 2008.

O IBS ainda não fechou projeção para o desempenho no Brasil, mas a expectativa não é otimista. “O ano de 2008 foi muito bom, até outubro. Diante de uma base tão elevada, podemos continuar tendo quedas monumentais. Mas o dado positivo é que já há indicação de melhora no desempenho mês a mês. Isso pode significar que o pior já passou, mas não podemos entrar em clima de euforia. Uma grande retomada vai depender do ritmo de crescimento do mercado interno”, diz Lopes.

De acordo com as estatísticas divulgadas ontem pelo IBS, a produção de aço bruto recuou 42,1% no primeiro trimestre, ante igual período de 2008, totalizando 5,001 milhões de toneladas. As vendas no mercado interno em março caíram 37,9% ante março de 2008, somando 1,193 milhão de toneladas. Já as vendas para mercado externo, contabilizadas pelo IBS e já faturadas, caíram 27,2% em março ante igual mês do ano passado, somando 640,2 mil toneladas.

CORTES

O IBS revelou ainda que o total de empregados nas siderúrgicas em fevereiro somou 105.473 pessoas, um recuo de 12,5% ante fevereiro de 2008. Ou seja: 15.015 empregados a menos que em igual mês do ano passado.

A maior parte dos cortes, disse Lopes, foi de pessoal terceirizado. A paralisação simultânea de seis dos 14 altos-fornos das grandes usinas integradas do País contribuiu para a queda. “Esses altos-fornos serão religados. As dispensas não se concentraram no pessoal efetivo, especializado. É uma mão de obra de custo muito alto. Os cortes foram basicamente de pessoal terceirizado.”

O instituto informou ainda, em nota, que, com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, as exportações brasileiras de aço caíram 2,2% em março ante igual mês de 2008. As importações subiram 7%, totalizando 163,140 mil toneladas.

COLABOROU ALESSANDRA SARAIVA