Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Previdência ajuda a reter funcionários

Folha SP

Pequenas e médias empresas brasileiras começam a adotar planos para não perder trabalhadores disputados

Total de contribuições sobe 20,5% até agosto; maior vantagem para quem adere é depósito feito pelas companhias

CAROLINA MATOS

DE SÃO PAULO

Depois de 25 anos de funcionamento, a Intertechne, empresa de consultoria em engenharia de Curitiba com filiais em São Paulo, decidiu engordar os benefícios de seus funcionários com plano de previdência privada.

O produto foi aberto em setembro e, depois de 30 dias, 45% dos mais de 500 funcionários já tinham aderido. A contribuição total no primeiro mês somou R$ 80 mil.

“Com a economia aquecida, a mão de obra qualificada virou alvo de disputa”, diz Luiz Fernando Carvalho Teixeira, diretor financeiro da Intertechne.

“Já oferecíamos planos de saúde e odontológico, mas o de previdência ainda faltava”, completa.

A necessidade de reter talentos também tem levado empresas médias (de 100 a 499 funcionários na indústria e de 50 a 99 em comércio e serviços) e pequenas (20 a 99 na indústria e de 10 a 49 em comércio e serviços) pelo mesmo caminho.

A WWT Brasil, de comércio atacadista de equipamentos de informática, passou a oferecer, neste semestre, plano de previdência para seis colaboradores. Arrecadação: R$ 4.800 por mês.

Nos primeiros oito meses de 2011, as contribuições nos planos de previdência empresarial abertos (sem contar, portanto, fundos de pensão, que são fechados) foram 20,5% maiores que no mesmo período de 2010. Chegaram a R$ 4,2 bilhões, de acordo com a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

E o número de empresas que oferecem o benefício aos funcionários subiu 13% entre agosto de 2010 e o mesmo mês de 2011, para 187 mil.

VANTAGEM

Para o empregado, a principal vantagem do plano corporativo de previdência privada é a contribuição que a empresa faz todo mês com a do funcionário.

Isso acontece nos chamados planos instituídos. Há também os averbados, que não preveem contrapartida obrigatória da companhia. “O valor colocado pela empresa é como um rendimento garantido para o funcionário”, diz Alexandra Almawi, da Lerosa Investimentos. O mais habitual nesse mercado, de acordo com especialistas ouvidos pela Folha, é que, para cada real aplicado pelo funcionário, a empresa contribua com a mesma quantia. Mas a combinação depende do contrato.

As taxas de administração cobradas também variam e podem regredir ao longo do tempo. Em geral, ficam entre 2,5% ao ano e 0,8% ao ano. Já os fundos de pensão, que fazem parte de outro tipo de previdência complementar -são fechados e feitos sob medida pelas empresas-, têm taxas menores que essas. São mais frequentes em estatais e grupos de grande porte mais antigos.