Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Prévia de índice oficial da inflação se acelera e passa teto da meta do governo

DENISE MENCHEN – DA SUCURSAL DO RIO

A inflação medida pelo IPCA-15 se acelerou para 0,49% neste mês, ante 0,30% em outubro. O índice funciona como prévia do IPCA, que é utilizado como referência para o sistema de metas da inflação, e já acumula alta de 6,54% nos últimos 12 meses. O teto estipulado pelo governo para este ano é de 6,5%, dois pontos percentuais acima do centro de 4,5%.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a alta foi influenciada principalmente pelo aumento dos preços dos alimentos, que, sozinhos, responderam por 0,20 ponto percentual, ou 42% da taxa do mês. No ano, o grupo já acumula alta de 11,57%, bem acima da verificada no mesmo período de 2007, de 8,22%.

Em novembro, as principais pressões vieram de produtos típicos da mesa do brasileiro, como carne bovina (4,52%), carne-seca (4,55%), feijão-preto (7,65%) e arroz (1,33%). Também pesaram o leite pasteurizado (1,18%), o frango (1,86%) e o açúcar refinado (5,13%).

Analistas ouvidos pela Folha avaliaram que os reajustes ainda têm pouca relação com a crise internacional. Segundo eles, a desvalorização cambial tem sido compensada pela queda nos preços das commodities.

“Os aumentos [verificados em novembro] estão mais relacionados a fatores internos de demanda e oferta”, afirma o economista Eduardo Moreira, da BNY Mellon ARX. Para novembro, ele projeta que a pressão desses itens deve diminuir, já que já foram registradas quedas no atacado. Ele diz que a inflação fechará o ano a 6,3%, abaixo do teto da meta.

Projeção semelhante, de 6,4%, faz Fábio Romão, da LCA Consultores. Mas, apesar de acreditar no alívio dos preços de alguns alimentos devido à descompressão no atacado, ele diz que o efeito do dólar se fará mais presente em outros itens, como os eletroeletrônicos.