João Guilherme Vargas Netto
Um grande dirigente revolucionário já disse que há dias que valem semanas e tomadas de posição que orientam toda uma conjuntura.
A nota coletiva das centrais sindicais contra a tentativa de golpe bolsonarista e a ameaça de ditadura e em defesa da democracia e da mais ampla frente de resistência marcou a jornada e orientou o campo sindical.
Ela é forte, em seus três aspectos positivos.
Em primeiro lugar pela presteza, a reação imediata a um perigo imediato. Mesmo em período de isolamento social, aproveitando-se do suporte tecnológico à disposição, os dirigentes sindicais reagiram prontamente a uma agressão desvairada do presidente da República à democracia, às instituições, ao Exército e à vida dos brasileiros.
Em segundo lugar pela correção do conteúdo da nota: denúncia forte e apelo às forças democráticas a se posicionarem, sem subterfúgios, contra a tentativa de golpe e de provocação e pelo isolamento dos bolsonaristas na vida democrática.
Os dirigentes o fizeram mesmo ressaltando as agressões aos direitos dos trabalhadores, praticadas por muitos que devem compor a coalizão democrática contra os desvarios.
E em terceiro lugar pelo caráter coletivo do pronunciamento. Em plena noite de domingo, constatada a agressão provocadora, os seis presidentes das centrais sindicais conseguiram avaliar a dramaticidade da situação, a necessidade urgente de resposta e se empenharam em fazê-lo de forma coletiva e unitária.
De todos os pronunciamentos de personalidades e instituições na noite de ontem apenas o dos dirigentes sindicais teve a marca forte de um pronunciamento comum a várias entidades, o que valoriza ainda mais a nota.
Presteza, correção e coletividade unitária eis as três grandes vantagens da nota das centrais que demonstrou mais uma vez a relevância do movimento sindical.
João Guilherme Vargas Netto, consultor de entidades sindicais de trabalhadores