Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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PR: Renault reintegra 70% do pessoal afastado por crise, informa RH


 

Perto do término do acordo feito no final do ano passado com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e com o Ministério do Trabalho para evitar a demissão de mil funcionários do seu quadro, a Renault do Brasil continua contabilizando o retorno de empregados ao seu quadro ativo.

 

Pelo acordo, que passou a vigorar em janeiro, estes empregados teriam o contrato suspenso, mas não seriam demitidos por um prazo de cinco meses, recebendo metade do salário da Renault e metade da Bolsa de Qualificação prevista no FAT – Fundo de Amparo do Trabalhador.

 

“No primeiro momento chamamos 500 empregados no final de março. Mas, com o acréscimo de vendas foi possível trazer mais 200 funcionários”.

 

E segue: “Como houve algumas saídas espontâneas neste período, temos hoje um quadro de 280 empregados ainda com contrato suspenso e 700 reintegrados”, informa o diretor de Recursos Humanos da empresa, Carlos Magni.

 

Segundo ele, porém, na situação atual de produção e do mercado, “não há necessidade de se chamar estes empregados restantes.

 

Resta aguardar se até o final do mês haverá um fato novo, quando voltaremos a conversar com o Sindicato.

 

Pelo acordo, no final de maio, os metalúrgicos que não tiveram sua volta antecipada serão demitidos”, explicou o diretor.

 

A decisão da Renault em não demitir foi benéfica para a empresa que não teve de fazer um desencaixe imediato de recursos como é comum nestas decisões de cortes de pessoal.

 

“Nós resolvemos assumir o risco positivo de não demitir e esperar que o mercado reagisse quando todos esperavam o pior”, reconhece Carlos Magni.

 

A Renault optou por adotar esta saída após recorrer a todas as medidas clássicas de redução da produção como o banco de horas e antecipação das férias dos funcionários.

 

“Pesa sobre nós ainda um risco de desembolso de longo prazo porque, pelo acordo, se demitirmos algum destes funcionários que teve o contrato suspenso num prazo de 16 meses, somos obrigados a devolver os 50% que eles receberam do FAT”, acrescenta o diretor de RH.

 

“Se fizemos demissões depois do final do acordo esse dinheiro terá de voltar ao Fundo”, diz.

 

Pelos números divulgados no início de maio pela Fenabrave, a situação dos que permanecem com o contrato de trabalho suspenso pode ficar difícil: a Renault estabilizou as vendas ocupando nos primeiros quatro meses do ano 4,26% do mercado carros, que teve comercialização de 716.615 unidades.

 

Suas vendas foram de 31.623 unidades. Em 2008, nesta época, as vendas somavam 36.730 unidades e a faixa de mercado era praticamente a mesma: 4,3%.

 

Apesar disso o coordenador da delegação sindical da Renault, Robson Jamaica, está otimista e disse que vai haver negociação no final do mês e que todos os trabalhadores poderão voltar com o fim do contrato suspenso. Ele acredita, inclusive, que mais empregados serão chamados antes do final de maio.

 

Com o retorno de 700 empregados, a produção dos veículos de passeio dos modelos Sandero e Logan subiu de 350 para 500 unidades diárias. Enquanto ficaram com contratos suspensos, os empregados da Renault fizeram cursos de especialização no Senai, num total de 140 horas de aulas.

 

Segundo a empresa, o tempo parado também será contado para efeitos do cálculo de férias e de do recebimento do 13º salário.

(Fonte: blog O outro lado da notícia, com agências)