Território natural do povo, a rua é de onde parte a pressão popular capaz de promover mudanças políticas, econômicas e sociais, nos países e no mundo todo.
Hoje, as ruas têm sido ocupadas pelo “Fora Temer”. O movimento é legítimo, mas não basta. O enfrentamento a um governo ou a um projeto político conservador exige mais. Os protestos cívicos precisam agregar mais gente e ampliar o leque social presente nas manifestações.
Os governos conservadores de hoje (neoliberais, na verdade) não são apenas atrasados do ponto de vista político, cultural e moral. Esse tipo de governo forma uma nova casta, a serviço do capital internacional e de seu setor mais perverso, que é o capital financeiro especulativo. Trata-se, portanto, de um projeto que contraria os interesses nacionais.
O movimento sindical brasileiro é plural e não se subordina a uma orientação política específica. Basicamente, o sindicalismo se equilibra em três pilares: emprego, salário e condições de trabalho. Todo governo que ataque essa base enfrenta resistência trabalhista. É o que vai ocorrer dia 29, com o protesto nacional dos metalúrgicos.
Esse movimento decorre de um histórico encontro em São Paulo, dia 8, quando entidades metalúrgicas de todo o Brasil avaliaram a conjuntura e decidiram pelo ato de protesto. As entidades também publicaram um manifesto em que defendem os direitos, mas não deixam de cobrar juros mais baixos, estímulos ao setor produtivo e proteção à indústria nacional.
Não só metalúrgicos vão às ruas. Nesta quinta (22), as Centrais voltam à Avenida Paulista para cobrar emprego, crescimento e respeito a direitos de trabalhadores da ativa e aposentados. Na pauta unitária está, mais uma vez, o combate aos juros abusivos, expressos numa Selic de 14,25%, ou seja, a taxa real de juros mais alta do mundo.
Outros movimentos ocupam as ruas brasileiras, como os Sem-Terra, os Sem-Teto e mesmo entidades médicas e outras, que lutam pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), afetado por cortes orçamentários da União previstos na PEC 241.
Esses movimentos mostram o quê? Mostram uma forte energia social, civismo e disposição para, de um lado, combater injustiças governamentais e, de outro, buscar construir um País mais justo e equilibrado.
Os metalúrgicos estão, como sempre, na linha de frente das lutas sindicais e cívicas do povo brasileiro. Vamos fazer um grande protesto dia 29.
Ir às ruas, sim. Com pauta e foco, melhor ainda.
Josinaldo José de Barros, presidente em exercício do Sindicato
dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região