Por: Ulisses de Oliveira
Diário de S.Paulo
Juros nos bancos estão em torno de 2,50%. Já nas associações de crédito, percentual médio é de 1,33%
Não é a toa que o número de associados de cooperativas de crédito cresceu 240% no estado em 14 anos. Enquanto em 2000 havia cerca de 620 mil pessoas presentes na modalidade, hoje eles já somam 843.907. O principal atrativo são as taxas de juros, que são bem menores do que as dos bancos.
Enquanto nas instituições bancárias os juros médios para empréstimo estão em 2,50%, nas associações de crédito o valor gira em torno de 1,33%: economia de 53,2%.
Para um empréstimo de R$ 10 mil, por exemplo, a ser pago em 24 vezes, o cliente bancário terá de desembolsar um montante de R$ 13.419,08. Já na cooperativa, o associado arcará com R$ 11.746,56.
Até dezembro de 2013, o estado de São Paulo contava com 234 cooperativas de crédito e foram liberados R$ 8,2 bilhões em operações, segundo informações da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e do Sescoop-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo).
“As vantagens vão além das taxas diferenciadas. A cooperativa avalia a necessidade do associado, até porque ele é o patrão. No banco, o gerente tem metas e quer vender produtos. No nosso caso, o gerente é um consultor e avalia a necessidade quem precisa do dinheiro”, disse o consultor técnico Gil Agrela, do Sescoop-SP.
Como se associar/ Há vários tipos de cooperativas disponíveis no país. A maioria é exclusiva a profissionais de determinadas áreas ou profissões – por exemplo, produtores rurais, profissionais em geral, funcionários de empresas, servidores públicos, empresários de vários segmentos etc.
Existem também as de livre adesão. Nesse caso elas atuam em alguma região específica e as pessoas que vivem nesse perímetro podem se associar, desde que observe o estatuto social. Para aderir, cobra-se uma cota de adesão, que pode ser recuperada pelo investidor quando ele deixa a cooperativa.
Associados têm direito até a cartão de crédito sem taxas
Além do empréstimo pessoal, o associado de cooperativas de crédito pode usufruir de outros produtos, iguais aos que adquire em um banco tradicional.
“Ele tem um atendimento diferenciado e a segurança de sair com o melhor negócio possível, já que a cooperativa não tem fins lucrativos”, disse o presidente da SicoobMetalcred, Clarisvaldo Izídio de Almeida.
Voltada para profissionais metalúrgicos, a cooperativa fornece produtos como conta-corrente, cartões de débito e de crédito sem tarifas e recebimento do salário das empresas. Além disso, ele pode adquirir seguros e consórcio.
“O capital que o cooperado investe aqui é corrigido. Neste ano, até agora, já está em 11% da taxa Selic”, explicou Clarisvaldo.
Outra vantagem para quem contrata empréstimos nas cooperativas é a ausência da cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas parcelas. “Aqui cobramos somente os 0,38% da contratação. Não cobramos esse imposto nas prestações, como os bancos costumam fazer”, completou.
“Todo o dinheiro aplicado volta para o associado. Não adianta eu querer tirar mais dele para depois ter de devolvê-lo”, afirmou o consultor técnico Gil Agrela, do Sescoop-SP.