Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

FRANKFURT – As montadoras Porsche e Volkswagen anunciaram ontem que vão criar um grupo automotivo integrado. Uma força-tarefa deve estabelecer dentro das próximas quatro semanas a base para união entre as companhias. O intuito é criar um grupo que envolverá dez marcas independentes, incluindo as operações de carros esportivos da Porsche. A decisão foi tomada após reunião entre membros das famílias Porsche e Piech.

Em janeiro, a Porsche elevou sua fatia na Volkswagen – maior montadora em vendas da Europa – para 51%. Com isso, a dívida da companhia triplicou, atingindo 9 bilhões de euros, em um momento de dificuldade de crédito e de queda da demanda global por automóveis, despertando temores entre os investidores sobre financiamento.

O anúncio da integração representa o fim dos planos ambiciosos do executivo-chefe da Porsche, Wendelin Wiedeking, de elevar a fatia do grupo na Volkswagen para 75% e pressionar por um acordo de compartilhamento de lucros, que poderia garantir-lhe pleno acesso às reservas de caixa da Volks.

Em comunicado, as companhias ressaltam que as decisões sobre a integração das marcas serão tomadas com base em consultas com os trabalhadores e com o estado alemão da Baixa Saxônia, um dos acionistas minoritários da Volkswagen. A Baixa Saxônia, onde a indústria está localizada, possui 20% das ações da empresa e poderia bloquear decisões estratégicas. A Porsche conta com o apoio da Comissão Europeia para a revisão dessa lei.

Segundo as agências internacionais, o grupo de trabalho comum será encarregado do projeto de estrutura financeira. O principal objetivo da integração é cortar custos com troca de novas tecnologias.

Atualmente, o grupo Volkswagen comanda as marcas Audi, Bentley, Bugatti, Lamborghini, MAN, Scania, Seat, Skoda e VW. Em 2008, as marcas do grupo produziram mais de 5 milhões de veículos – o que a coloca atrás de Toyota e General Motors como as maiores montadoras do mundo. A Porsche produz 100 mil esportivos e carros de luxo por ano.

BMW

A fabricante alemã de veículos de luxo BMW sofreu no primeiro trimestre do ano uma perda líquida de 152 milhões de euros (US$ 202 milhões) pela queda das vendas e os elevados custos de refinanciamento. A BMW informou que “o comportamento do grupo no primeiro trimestre de 2009 foi afetado pelas consequências da crise econômica e financeira internacional”.

Agência Estado