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Por iniciativa do Brasil, conselho da ONU discute impacto da crise

GENEBRA – Por iniciativa do Brasil, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas faz hoje uma sessão especial para discutir o impacto da crise financeira e econômica global, que ameaça se transformar em crise humana e social.

Os pacotes de socorro aos bancos e de estímulo econômico planejados ou implementados em 37 países já somam US$ 9,6 trilhões, de acordo com levantamento do jornal suíço NZZ Am Sonntag. Isso corresponde a uma carga de US$ 1.422 por habitante do planeta e é 100% maior do que toda a ajuda ao desenvolvimento.

No entanto, as projeções sociais só pioram. O Banco Mundial estima que a baixa do crescimento nos países pobres vai criar 53 milhões de pobres a mais, vivendo com menos de US$ 2 por dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 850 milhões de pessoas terão dificuldades de acesso à alimentação. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) projeta 50 milhões de novos desempregados.

Nesse cenário, o Brasil apresentará uma resolução que propõe ampla mobilização dos governos para combater a crise levando em conta a dimensão dos direitos humanos, econômicos e sociais. Inclui desde manter ajuda aos países pobres a evitar o protecionismo comercial.

A embaixadora brasileira junto às Nações Unidas em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevedo, reuniu até ontem à noite apoio de 50 países, incluindo o resto dos Bric – Rússia, China e India.

Entre os países da América Latina, a Argentina e o México foram os únicos que não se juntaram ao apoio. A Argentina reclamou que alguns países queriam juntar direitos humanos com necessidade de conclusão da Rodada Doha, uma proposta do Egito que foi depois retirada. O México alegou não ter instruções da capital.

(Assis Moreira| Valor Econômico para Valor Online)