Diante da crise política em que se afunda o Brasil, não há dúvida que o movimento sindical e os trabalhadores tem pressa em resolver logo a situação para acelerar a retomada econômica. Mas é preciso cuidado para que nessa pressa não acabemos embarcando em iniciativas que podem se tornar um tiro no próprio pé de toda a classe trabalhadora.
Esse risco é claro quando olhamos para o documento “Ponte para o Futuro”, que o PMDB apresentou como plano de governo caso Michel Temer se torne presidente. O programa simplesmente propõe a flexibilização e o fim dos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais. Carregado de retrocesso é uma dilapidação da Constituição Federal e um ataque frontal ao Brasil.
Covardemente, o documento acusa os direitos do trabalhador como um entrave para país avançar. É a mesma conversa mole sempre usada pela direita e pelo patronal. Não é a toa que esse pessoal está como um bando de urubus em cima da carniça articulando e financiando o impeachment. Já disse e volto a repetir, não pense o trabalhador que o interesse da Fiesp e da oposição é por patriotismo. Esse pode ser o sentimento real do trabalhador. Já em relação à direitona, não resta dúvida que tentam se aproveitar da instabilidade política para fazer valer seus interesses. O que querem é aumentar seus lucros e seus privilégios às custas do corte e destruição dos direitos da nação.
O documento deixa claro a serviço de quem está o PMDB de Michel Temer e Eduardo Cunha. O que propõem é uma pauta totalmente contrária aos trabalhadores. É uma ponte para o inferno. E mostra que é preciso cuidado para que na ânsia de sairmos da frigideira, não acabemos nos atirando no fogo.
É fato que temos tido uma postura crítica em relação ao governo, principalmente na condução da política econômica. E temos lutado para mudar isso. Agora, por em risco direitos históricos para fazer o jogo do patronal e da direita, não dá para aceitar.
Fica o alerta tanto para o movimento sindical, como para os trabalhadores. O risco de que esse pessoal chegue ao poder é alto, já que Dilma está “mais pra lá, do que pra cá”. E não resta dúvida de que com essa história toda, quem vai comer o pão que o diabo amassou é o trabalhador se não estiver preparado e mobilizado para enfrentar a tempestade que vem por aí. Quem viver, verá.
Sérgio Butka – presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba