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Polícia é livre para matar no Brasil, diz ONU

RELATÓRIO DIVULGADO ONTEM PELAS NAÇÕES UNIDAS DIZ QUE O SISTEMA DO PAÍS E A FALTA DE JULGAMENTOS INCENTIVAM POLICIAIS A MATAREM.

A polícia brasileira é responsável por uma parte considerável dos 48 mil homicídios registrados em média ao ano no país e se beneficia de uma “carta-branca para matar”, afirmou ontem Philip Alston, o relator especial da ONU para execuções sumárias.

“No Rio de Janeiro, os agentes da polícia matam três pessoas por dia”, afirmou.

Segundo o relator, a situação atual é estimulada pelo “sistema que dá uma carta-branca para as mortes cometidas pelos policiais”.

Alston diz que os homicídios cometidos pelos policiais são considerados como respostas a “atos de resistência” e não são tratados como crimes. Em São Paulo, segundo a ONU, apenas 10% dos homicídios são julgados.”Além disso, muitos policiais buscam aumentar o alário trabalhando para as organizações criminosas”, observou o relator, que fez o documento após visitas feitas ao Brasil em 2007.

O relatório diz que a taxa de homicídios do país é em média de 25 por 100 mil habitantes, com dados de 2006. Dados de 2000 da OMS (Organização Mundial de Saúde) apontavam que a média mundial, à época, era de 8,8 crimes por 100 mil.

Resposta

O governo federal disse que Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) prevê 94 ações recomendadas pela ONU.

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Ronaldo Marzagão, disse que no Estado para cada homicídio há um inquérito aberto pela polícia.

Menos crimes no Rio

A Secretaria de Segurança do Rio afirmou que o relato da ONU está “desfocado” e revelou que o número de homicídios caiu neste primeiro semestre para o seu menor nível em 17 anos (2.859, contra 3.135 no período em 2007). Na comparação dos semestres, porém, a polícia do Rio matou 9% mais. (UOL e FSP)