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PIB japonês recua 12,7% no quarto trimestre

É o pior resultado no país em 35 anos, e representou a terceira queda trimestral consecutiva

Tomoko A. Hosaka, Associated Press, TÓQUIO

O Produto Interno Bruto do Japão, a segunda maior economia do mundo, teve uma queda de 12,7% no quarto trimestre na comparação com o mesmo período de 2007. É o pior resultado registrado no país desde o choque do petróleo, em 1974. A queda é também muito superior às registradas nos Estados Unidos (-3,8%) e na zona do euro (-1,2%). O resultado negativo no Japão representa, além disso, o terceiro trimestre seguido de queda no PIB.

Em relação ao terceiro trimestre, a queda foi de 3,3%. No acumulado de 2008, houve uma queda de 0,7% em relação ao ano anterior – a primeira queda anual no PIB japonês em nove anos.

De acordo com analistas, com a recuperação econômica ainda longe do horizonte, o Japão enfrenta hoje sua pior situação desde a segunda guerra mundial. “Desde outubro, os indicadores econômicos vêm se deteriorando em um ritmo que desafia qualquer princípio básico”, disse recentemente Tetsufumi Yamakawa, economista chefe do Goldman Sachs no Japão. “Há um declínio sem precedentes nas exportações e nos indicadores de produção, e não apenas no Japão, mas em toda a Ásia.”

As exportações japonesas tiveram uma queda recorde de 13,9% no quarto trimestre, reflexo direto da demanda menor no mundo por produtos eletrônicos e carros do país. Além disso, um iene valorizado em relação ao dólar tem dificultado as exportações de empresas como a Toyota e a Sony.

Esses números mostram a vulnerabilidade das grandes economias exportadoras da Ásia nesse período conturbado da economia global, e levam a projeções de mais demissões, queda na produção e nos lucros das empresas nos próximos meses.

A fabricante de eletrônicos Pioneer anunciou na semana passada o corte de 10 mil empregos em todo o mundo, juntando-se a uma já extensa lista de gigantes japonesas que lutam para reduzir drasticamente suas folhas de pagamento. A Sony já anunciou 8 mil demissões, enquanto a Nissan a e NEC pretendem cortar 20 mil vagas cada uma.

O Japão entrou oficialmente em recessão no terceiro trimestre, depois que o PIB apresentou uma queda anualizada de 3,7%. A recessão é comumente definida como dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. Alguns economistas, no entanto, usando outros parâmetros, defendem que o Japão está em recessão desde o final de 2007.