Escrito por Michele Loureiro
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) analisou os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e apontou o aumento do número de trabalhadores empregados que contribuem com a Previdência Social.
“São os melhores números dos últimos 20 anos, particularmente expressivos entre os empregados, que são pessoas em situação regular. Pela primeira vez a contribuição desta faixa ultrapassa a casa dos 70%. Agora, 71% dos assalariados estão contribuindo para a Previdência”, diz o diretor do Ipea no Centro Internacional da Pobreza, Milko Matijascic.
Apesar deste índice positivo o número geral de contribuintes caiu de 51,8% da população nacional para 51,2%. Nas metrópoles, o índice diminuiu de 69,7% para 57,6%. “Isto não deve preocupar, devemos compreender o dado como uma possibilidade para o crescimento da formalização da economia”, analisa Matijascic.
Segundo a pesquisa, um em cada três brasileiros da PEA (População Economicamente Ativa) entre 16 e 59 anos, não está vinculado à Previdência Social. Apesar disso, o índice apresenta queda nos últimos anos, passando de 39,2% em 2002 para 35,4% em 2007.
TRABALHO INFANTIL – O estudo revela também que 2,5 milhões de crianças brasileiras, entre 5 e 15 anos – o que contabiliza 6,6% dessa faixa etária – trabalham no Brasil. Em 2004, esse número era de 2,8 milhões.
A análise do Ipea revela que, quando estudam, as crianças trabalham em média 10 horas por semana. Em contrapartida, quando não estudam, a média sobe para 35,3 horas semanais.
Dados da pesquisa indicam que as crianças que trabalham e não estudam ganham, em média, R$ 226 mensais. Já as crianças que trabalham e estudam apresentam queda nessa remuneração, com média de R$ 151.