Ex-analfabeto, o encarregado de armador Jailton da Conceição, de 42 anos, não tem dúvidas de que a fórmula para ascensão no trabalho passa pela sala de aula. Funcionário há oito anos da construtora Norcon, em Aracaju, voltou aos cadernos em 2005, após ter largado a escola sem concluir os estudos. Como aluno de um programa de alfabetização promovido pela empresa, ele deu um passo que acelerou sua carreira. “De lá para cá, vim crescendo e recentemente fui promovido.”
A trajetória de Conceição, que entrou na construtora como ajudante de pedreiro, mudou radicalmente nos últimos três anos. Logo que iniciou os estudos, começou a liderar equipes. “Com certeza, fez muita diferença na área em que eu trabalho. Mudou meu jeito de ser, de conversar com os colegas.” O salário aumentou junto. Quando entrou na Norcon, era um salário mínimo. Hoje, ele ganha mais que o triplo do salário base.
Estudar ainda despertou um talento especial de Conceição até então oculto: o de poeta. A ponto de o armador ter sido o vencedor de um concurso na escola. As aulas são ministradas por professores do Sesi, fora da construtora.
Outro talento descoberto na empresa por meio da qualificação profissional foi o do engenheiro Eliezer Seixas, de 34 anos. Ele entrou na Norcon em 1997, como estagiário. Após passar pela função de auxiliar de almoxarifado, fez curso técnico de edificações, o que garantiu um salto na profissão. Então a empresa ofereceu uma ajuda de custo para que ele realizasse um sonho: cursar a faculdade de engenharia. “Hoje estou gerenciando. Foi um sonho ter um curso superior.”