Há vinte anos a indústria brasileira gerava 27% das riquezas do País. Hoje, não chega a 9%. “Empregos no setor eram sinônimos de orgulho para os trabalhadores, que tinham bons salários. É justamente por estes empregos dignos e uma indústria forte que vamos às ruas no próximo dia 13”, afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
Trabalhadores e empresários farão o ato ‘Grito em Defesa da Indústria e do Emprego’. Juntos, irão, em passeata, às 10 horas, do Paraíso até o vão livre do Masp, na Av. Paulista. Para Miguel, “a crise sem precedentes na indústria nacional pode levar o País a regredir à condição de produtor e exportador de commodities (produtos agrícolas e minerais), e deixar de gerar bons empregos, condenando a maioria à pobreza”.
A redução do número de empregos tem sido constante na indústria. A continuar o atual processo de definhamento industrial, em menos de cinco anos o Brasil estará entre os países menos industrializados do mundo. De acordo com o levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), 345.417 trabalhadores foram demitidos entre janeiro e maio deste ano, a maior parte do setor industrial.
“Queremos mostrar à população nossa atual realidade. Cabe à sociedade, e não apenas ao governo, decidir qual o País que queremos para nossos filhos. A crise da indústria não pode ser preocupação apenas do setor e dos seus trabalhadores, mas sim de todos os brasileiros. Sem indústria não há desenvolvimento”, ressalta o presidente da Força Sindical. “Vamos, juntos, trabalhadores e empresários do Brasil, fazer do dia 13 uma data histórica!”, clama Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).