Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Paralisações podem afetar a Copa, admite Carvalho

24 de março de 2011 | 21h 30

GUSTAVO URIBE – Agência Estado

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, reconheceu hoje que o governo federal está preocupado com o risco de paralisações em grandes obras no País afetarem a preparação da infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com Carvalho, a reunião da próxima terça-feira entre o governo federal, centrais sindicais e empresas concessionárias terá como objetivo criar um pacto para garantir melhorias nas condições de trabalho e alojamento de operários.

Até ontem, cerca de 80 mil trabalhadores da construção civil estavam em greve nas obras de construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio e nos complexos portuários de Suape (PE) e Pecém (CE). “A ideia do pacto prevê que não haja problemas para a Copa do Mundo de 2014”, disse. “O pacto tratará da melhora das condições de trabalho, de salário e de alojamento, além do compromisso de que as centrais sindicais dialoguem melhor com as empresas.”

O objetivo, segundo o secretário, é buscar um acordo semelhante ao fechado com os usineiros do setor de cana-de-açúcar. “O que queremos é que as empresas façam um pacto com o os sindicatos e com o governo para dar um tratamento adequado aos empregados”, resumiu.

Na avaliação de Carvalho, as paralisações em grandes obras da construção civil foram causadas por uma “situação explosiva”, provocada, de acordo com ele, por conta de aglomeração de operários nos canteiros e procedimentos equivocados das empresas concessionárias. “Há um problema de relação de trabalho, de convivência, de alimentação”, afirmou. Ele ressaltou ainda que a disputa entre centrais sindicais contribuiu para o cenário atual.

O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, previu uma solução rápida para o impasse entre trabalhadores e empresas e avaliou que se não houver melhora nas condições de trabalho o País pode correr o risco de enfrentar paralisações também em obras da Copa de 2014.