Em 2010, país concedeu 961 mil registros para imigrantes. Neste ano, já foram 1,4 milhão
O agravamento do quadro econômico internacional nos últimos meses e o crescimento interno colocaram o Brasil na rota da imigração de trabalhadores.
Dados do Ministério da Justiça mostram um aumento de 52,5% no número de regularização de estrangeiros que buscam uma oportunidade de vida no país. Em 2010, foram 961 mil registros, contra 1,466 milhão até junho deste ano.
Portugueses, bolivianos, chineses e paraguaios lideram os índices de elevação da regularização do Departamento de Estrangeiros do ministério. E a concessão de nacionalidade brasileira dobrou. Subiu de 1.119, em 2008, para 2.116 em 2010.
No Brasil, os estrangeiros que mais procuram oportunidades de trabalho são os portugueses. No ano passado, a regularização de passaportes pelo Ministério da Justiça contemplou 276.703 portugueses até junho. De janeiro a junho deste ano, esse número pulou para 328.826 – 52.123 a mais do que no período anterior.
Em seguida, aparecem os bolivianos. O Brasil acertou a situação de 35.092 deles em 2010 e outros 50.640 agora, em 2011. E há ainda crescimento no reconhecimento da migração de chineses e paraguaios.
Para o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, a crescente procura por oportunidades de trabalho no Brasil é resultado de uma mistura entre o momento da economia brasileira e a crise do emprego nos países centrais. Segundo ele, há ainda dois aspectos relevantes.
– Do ponto de vista político, o Brasil adquiriu maior visibilidade internacional e teremos também importantes eventos nos próximos anos.
Por outro lado, argumentou Abrão, há a forte demanda de empresas brasileiras que se beneficiam com a chegada de profissionais de alta qualificação.
Números do Ministério do Trabalho também apontam esse aumento de estrangeiros no mercado de trabalho formal. O país tem hoje taxas de desemprego na casa dos 6%, que é próximo do chamado pleno emprego.
Segundo estudos da pasta, o total de autorização “temporária” para estrangeiros passou de 40 mil em 2009 para 53 mil em 2010. Comparados só os dois últimos primeiros semestres, a tendência se mantém. No primeiro semestre de 2010, foram 20 mil. No mesmo período de 2011, 24,6 mil.