O “panelaço” dos trabalhadores da H-Buster em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na manhã de quarta-feira, 8 de janeiro, surtiu efeito. Ouvidos pelo presidente do órgão, desembargador Davi Melo, eles obtiveram a promessa de que o processo sobre os mais de 250 contêineres com matérias-primas que não podem ser abertos, impedindo a fábrica de reativar a produção e pagar as dívidas trabalhistas e os salários atrasados, será discutido em reunião envolvendo todas as partes interessadas às 10 horas do dia 21 deste mês, no fórum do TRT, situado na rua Ferreira Pena, Centro.
Cerca de 100 trabalhadores participaram da manifestação, portando faixas com pedidos de socorro ao TRT, batendo pratos e caçarolas para chamar a atenção ao problema que hoje enfrentam. Um número pequeno de pessoas, em comparação com os 1.600 trabalhadores afetados pela situação da empresa, somados os 1.113 que saíram por demissão voluntária e os quase 500 remanescentes. Mas barulhento o suficiente para se fazer notar. “Muitos não compareceram porque houve um movimento claro tentando nos desmobilizar. Porém viemos e conseguimos falar com o próprio presidente do TRT sobre nossa situação, e agora temos a promessa de que ele, pessoalmente, vai se empenhar na busca de uma solução rápida para tudo isso”, disse Romeu Libório, do Almoxarifado da H-Buster, que junto com os sindicalistas Vicente Filizola, presidente da Força Sindical no Amazonas, e Carlos Lacerda, secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), participou da reunião com o desembargador Davi Melo.
Juntaram-se aos trabalhadores da H-Buster, no panelaço desta quarta-feira, membros de vários sindicatos trabalhistas de categorias compõem a cadeia produtiva do setor eletroeletrônico, como os de meios magnéticos, os gráficos, os químicos, os bombeiros civis, os vigilantes orgânicos (seguranças que fazem parte dos quadros funcionais das próprias empresas). “A H-Buster respondia por aproximadamente 6 mil empregos em Manaus, entre diretos e indiretos. São milhares de trabalhadores sofrendo, vendo suas famílias passando necessidades, quando poderiam estar trabalhando, recebendo salários e gerando riqueza para o Estado”, ressaltou José Rodrigues, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas.
Por Osmir Medeiros