“Os trabalhadores metalúrgicos e outras categorias continuam em uma luta de resistência contra a aplicação da lei (reforma) trabalhista pelas empresas. É uma lei que rasgou a CLT e que precisamos debater exaustivamente porque seus efeitos nefastos vão além do que podemos perceber.
Depois que a reforma foi promulgada, em novembro de 2017, as Convenções Coletivas de Trabalho tornaram-se o principal instrumento de garantia de direitos trabalhistas, econômicos e sociais da classe trabalhadora. É na Convenção Coletiva que está dito que as empresas têm que dar aumento salarial, melhorar as condições de trabalho, garantir o emprego dos acidentados, portadores de doenças profissionais e dos que estão perto de se aposentar, e tantos outros direitos. Percebem a importância deste documento?
Em 2017, fizemos para os metalúrgicos de São Paulo uma Campanha Salarial muito difícil, mas conseguimos fechar a Convenção Coletiva com a maioria dos grupos patronais. Porém, ainda não conseguimos fazer acordo com alguns setores mais intransigentes, o que significa que temos trabalhadores sem proteção e sem garantia dos direitos. Com mobilização, estamos buscando e fechando acordos diretos com as empresas destes grupos, garantindo a Convenção para mais companheiros da categoria.
Por isto continuamos na luta, a fim de garantir a Convenção para toda a categoria, impedir a aplicação da nefasta lei trabalhista e também barrar a reforma governista da Previdência, que se for à votação e aprovada pelo Congresso Nacional dificultará o acesso à aposentadoria.
Lutar e resistir. Este é o lema da classe trabalhadora. Sem isso prevalecerá o desemprego, o trabalho informal sem segurança e a exclusão social.
Valorize o seu Sindicato. Sindicalize-se e participe, porque é a luta que faz a lei!”.
Miguel Torres
Presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, vice-presidente da Força Sindical e um dos coordenadores do movimento Brasil Metalúrgico