O crescimento até agora incontrolável da inflação – graças aos desacertos da política econômica do governo – traz, em seu bojo, uma gama de dificuldades, principalmente para os trabalhadores de menor renda.
Só nos últimos doze meses, concluídos em outubro, a inflação, como apontam dados divulgados pelo IBGE, ficou em 9,93%, índice mais elevado desde 2003, quando alcançou 11,02%. Lembramos que os 9,93% aferidos tratam-se de uma média, mas muitos produtos foram majorados por percentuais bem maiores.
E este índice tem como vilões três grupos, que são os que mais pesam no orçamento das famílias: alimentação, habitação e transportes, sendo que só a alimentação, nos mesmos doze meses, subiu até 68%. Os índices citados representam 72,73% do resultado.
E os analistas ainda preveem que, caso o governo aumente o Cide (tributo cobrado no preço da gasolina), a taxa pode, até, ultrapassar os 11%, o que representaria a maior inflação do País desde os 12,53% de 2002.
E, enquanto o povo brasileiro, aguardando por dias melhores, segue sendo penalizado, o governo segue atacando direitos, provocando o achatamento dos salários e demissões, mantendo os juros altos, privilegiando os grandes especuladores e tentando manter-se no poder.
Miguel Torres