Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Palavra do Presidente

Dia Nacional de Luta pelos Direitos

 

Em tempos de olimpíadas o empresariado brasileiro e o governo estão faturando as medalhas de ouro nas modalidades desemprego, recessão e juros altos, enquanto os trabalhadores estão lutando pelas medalhas da retomada do crescimento, do desenvolvimento e do emprego. A competição está sendo difícil e desigual porque não basta desempregar, é preciso também mexer nos direitos trabalhistas e previdenciários.

Ontem, nove centrais sindicais– Força Sindical, CUT, CSB, CTB, CGTB, UGT, Nova Central, Intersindical e Conlutas – promoveram o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos e do Emprego, com manifestações em todo o País, em frente às sedes das federações patronais da indústria e do comércio, símbolos dos ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários. Em São Paulo, o ato reuniu mais de seis mil manifestantes em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Foi também um dia de resistência da classe trabalhadora, que não aceita ser responsabilizada pelas políticas econômicas erradas, que não aceita os projetos de flexibilização das leis trabalhistas e de mudanças nas regras da aposentadoria e dos benefícios, que visam tão somente tirar direitos, enfraquecer o movimento sindical, afastar os sindicatos dos processos de negociação e reduzir o custo da mão de obra, objetivo maior dos setores patronais mais conservadores.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) tem uma pauta com mais de cem itens no Congresso Nacional. A última proposta da entidade foi que o Brasil deveria aumentar a jornada de trabalho para 80h semanais ou 12h diárias.Junto com isto, também está propondo a retirada da Norma Regulamentadora 12 (NR12), que manda proteger máquinas e equipamentos, uma norma negociada de forma tripartite e assinada pelos três lados – sindicatos, empresários e governo -, que estabeleceu prazo para as empresas se adaptarem e, agora, os empresários querem simplesmente eliminá-la.
O dia de ontem foi um esquenta para enfrentarmos esta situação difícil e a falta de coragem do governo para enfrentar os poderosos e nos prepararmos para uma greve geral, disse Miguel Torres.

Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos)
Vice-presidente da Força Sindical

artigo publicado no Diário de S.Paulo – quarta-feira/17 de agosto de 2016

artigo640

 

Dia Nacional de Luta pelos Direitos
Em tempos de olimpíadas o empresariado brasileiro e o governo estão faturando as medalhas de ouro nas modalidades desemprego, recessão e juros altos, enquanto os trabalhadores estão lutando pelas medalhas da retomada do crescimento, do desenvolvimento e do emprego. A competição está sendo difícil e desigual porque não basta desempregar, é preciso também mexer nos direitos trabalhistas e previdenciários.
Ontem, nove centrais sindicais– Força Sindical, CUT, CSB, CTB, CGTB, UGT, Nova Central, Intersindical e Conlutas – promoveram o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos e do Emprego, com manifestações em todo o País, em frente às sedes das federações patronais da indústria e do comércio, símbolos dos ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários. Em São Paulo, o ato reuniu mais de seis mil manifestantes em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Foi também um dia de resistência da classe trabalhadora, que não aceita ser responsabilizada pelas políticas econômicas erradas, que não aceita os projetos de flexibilização das leis trabalhistas e de mudanças nas regras da aposentadoria e dos benefícios, que visam tão somente tirar direitos, enfraquecer o movimento sindical, afastar os sindicatos dos processos de negociação e reduzir o custo da mão de obra, objetivo maior dos setores patronais mais conservadores.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) tem uma pauta com mais de cem itens no Congresso Nacional. A última proposta da entidade foi que o Brasil deveria aumentar a jornada de trabalho para 80h semanais ou 12h diárias.Junto com isto, também está propondo a retirada da Norma Regulamentadora 12 (NR12), que manda proteger máquinas e equipamentos, uma norma negociada de forma tripartite e assinada pelos três lados – sindicatos, empresários e governo -, que estabeleceu prazo para as empresas se adaptarem e, agora, os empresários querem simplesmente eliminá-la.
O dia de ontem foi um esquenta para enfrentarmos esta situação difícil e a falta de coragem do governo para enfrentar os poderosos e nos prepararmos para uma greve geral, disse Miguel Torres.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos)
Vice-presidente da Força Sindical
artigo publicado no Diário de S.Paulo – quarta-feira/17 de agosto de 2016