Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Palavra do Presidente

A mobilização continua em setembro

“O mês de agosto foi de intensas lutas pela Pauta Trabalhista, diante da postura do governo federal de ignorar a pauta dos trabalhadores e não dialogar com o movimento sindical.

Vale lembrar que aprovamos a Pauta em 2010, numa grande conferência nacional, e entregamos ao governo, que não deu encaminhamento às questões. Então, fizemos a 7ª Marcha a Brasília, em março deste ano, quando, novamente, entregamos a pauta à presidente Dilma, Câmara dos Deputados, Senado e Supremo Tribunal Federal.

A Pauta continuou parada porque o governo não abriu negociação. Em julho, realizamos o Dia Nacional de Luta, no dia 11, e convocamos uma série de manifestações para agosto: dia 6, protestos em todas as capitais diante das federações e confederações patronais contra o projeto 4330, que amplia a terceirização; dia 13, protesto dos aposentados e pensionistas nas superintendências do INSS, por uma política de valorização das aposentadorias e pelo fim do fator previdenciário; dia 20, assembleias nas fábricas pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução de salários; dia 30, dia nacional de paralisação pela Pauta Trabalhista.

A mobilização, convocada pelas centrais sindicais, levou milhões de trabalhadores para as ruas de todo o País, de forma legítima e democrática, mas o governo continua se fazendo de surdo.

Os trabalhadores têm muitas questões pelas quais lutar, mas a Pauta Trabalhista tem no seu bojo reivindicações de interesse de toda a sociedade. O fim do fator previdenciário; a regulamentação da terceirização; reforma agrária, de forma que a terra seja partilhada de forma mais justa; a redução da jornada de trabalho; investimentos em saúde e educação; transporte público de qualidade, se concretizados, promoveriam uma verdadeira revolução social com benefícios geradores do crescimento que tanto queremos, respeito à dignidade e cidadania, justiça social.

Há questões que podemos negociar diretamente com as empresas, mas outras, como o fim do fator, política de reajuste das aposentadorias, por exemplo, dependem de negociação com o governo federal e o Congresso Nacional porque carecem de mudança na legislação, e elas estão sem resposta. Por isto, a luta tem que continuar!

Sem esquecer da grande mobilização contra o Projeto da Terceirização.

Estamos também intensificando a Campanha Salarial dos cerca de 800 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo. Em São Paulo, entregamos a pauta no dia 16 na FIESP. Lutamos por aumento real e por jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem redução de salário, para toda a categoria, entre outras reivindicações econômicas e sociais que as mulheres metalúrgicas, os jovens metalúrgicos e os cipeiros da categoria apresentaram.
Esta é uma luta de todos os companheiros e companheiras e só vamos vencê-la com muita mobilização e participação”.

Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, da CNTM e vice-presidente da Força Sindical