Na próxima terça-feira, o movimento sindical estará nas ruas em todo o País, em grandes manifestações pelo Dia Nacional de Mobilização e Luta pelo Emprego e Garantia de Direitos.
As manifestações, convocadas em unidade pelas centrais sindicais, serão realizadas em todas as capitais, na porta das federações patronais. Em São Paulo, o protesto será em frente à Fiesp, na Avenida Paulista, às 10 horas.
Os trabalhadores vão mostrar toda a sua indignação contra a forma como vêm sendo tratados pelo setor empresarial e pelo governo federal, que insistem em jogar nas suas costas o ônus de todos os problemas do País. Basta observar que todos os ajustes feitos anteriormente e as propostas atuais, de reforma trabalhista e previdenciária,foram e estão sendo em cima dos trabalhadores.
Para resolver o déficit da Previdência, vamos limitar o acesso à aposentadoria,fazer o trabalhador trabalhar mais tempo, cortar pensão, auxílio-doença, desvincular os aumentos do salário mínimo dos benefícios previdenciários. Para resolver o desemprego, vamos cortar direitos e deixar os patrões livres para contratar da forma como desejam, terceirizar tudo e tirar os sindicatos dos processos de negociação e defesa.
Enquanto as centrais defendem a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, melhores condições de trabalho, os empresários pedem a suspensão da Norma Regulamentadora 12 e o aumento da jornada para 80h semanais.
O movimento sindical já entregou ao governo propostas viáveis para a retomada do crescimento e da produção, como o Programa de Sustentabilidade ou de renovação da frota de veículos, mas o governo não deu sinal verde para a sua implantação. Outro documento elaborado pelas Centrais propõe redução dos juros, a retomada do investimento público e privado em infraestrutura, o destravamento do setor da construção civil e pesada. O governo, porém, permanece analfabeto ou surdo.
Não ouvimos falar em outra medida que não seja voltada para o trabalhador. Não ouvimos falar em taxação de grandes fortunas, de compra de aeronaves, iates, de cobrança de contribuição de entidades filantrópicas que têm, sim, fins lucrativos; de combate a evasão de divisas.Vamos às ruas contra tanta discriminação!
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Presidente da CNTM
Vice-presidente da Força Sindical