Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Outro lado: Sindicatos dizem que tentam elevar número de sócios

DA REPORTAGEM LOCAL

Os sindicatos da indústria e do comércio consideram que as empresas perderam por várias razões o interesse em se associar a uma entidade sindical -situação que se agravou com a crise- e que a arrecadação com a contribuição sindical é pífia.

Paulo Chaves, advogado há 34 anos que presta serviços e comanda o dia a dia de sete sindicatos do comércio e de outros segmentos, diz que a fragmentação de algumas categorias econômicas levou à perda de associados.

“Juntos, esses sete sindicatos devem receber R$ 200 mil anuais de contribuição sindical. Muitas empresas deixaram de recolher a contribuição também por causa da crise econômica.”
A queda na receita dos sindicatos, segundo ele, foi em torno de 20% desde setembro de 2008, quando os efeitos da crise econômica passaram a ser mais sentidos.

O advogado afirma que os sindicatos do comércio atacadista de livros e de calçados têm hoje cerca de 12 associados cada um, e o de couros e peles, 15. “O do comércio atacadista de sacaria em geral e o de salões de bilhar não têm sócios e estão em fase de pré-fechamento.”
Presidente há 12 anos do Sindcordoalha (Sindicato da Indústria da Cordoalha no Estado de São Paulo), Márcio Giusti diz que o sindicato recebe a contribuição de 60 empresas e que prefere não falar em número de sócios.

“Não gostaria de divulgar o quanto recebemos de contribuição sindical, mas posso dizer que o nosso propósito é elevar o associativismo. A nossa mensalidade é de R$ 80 por mês e prestamos serviços jurídicos e tributários, com o apoio da Fiesp. Não há dúvida de que seria conveniente que os empresários participassem mais de seus sindicatos”, afirma.

Paulo de Tarso Lauandos Zakia, presidente do Sindicato da Indústria de Chapéus no Estado de São Paulo, um dos mais antigos do país, diz que a entidade tem três sócios, mas entre 13 e 14 fabricantes de bonés pagam a contribuição sindical.

“Em um momento, chegamos a fazer uma reavaliação, só que esse sindicato faz parte da história da indústria chapeleira do país. Com certeza, os empresários deveriam participar mais de seus sindicatos, é preciso que tenham essa conscientização.”

O Sindicato da Indústria de Relojoaria do Estado de São Paulo tem três sócios, segundo Dimas de Melo Pimenta II, presidente. “No mercado de que participamos, de alta tecnologia, estamos até bem representados.”

“Não vamos atrás”
João Carlos Basilio, presidente do Sindicato da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, diz que tem 300 sócios e recebe R$ 300 mil de contribuição social de empresas por ano.

Arnaldo José Pieralini, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carvão Vegetal e Lenha do Estado de São Paulo, afirma que a entidade já representou 4.000 empresas em sua base há cerca de dez anos. Atualmente representa mil.

Neste ano, a contribuição sindical foi recolhida de cerca de cem empresas, o que rendeu à entidade R$ 6.000. “Não precisamos de mensalidade de sócios porque nossas despesas são pequenas.”

O fato de a entidade não ter associados não significa que não seja atuante, segundo avalia Pieralini. “Atuamos, por exemplo, na área de pesquisa com universidades como USP e Unicamp, desenvolvendo novas tecnologias que permitam diminuir a poluição no processo produtivo. Também temos ações de combate ao trabalho degradante e infantil.”

A Folha procurou o Sindicato do Comércio Atacadista de Louças, Tintas e Ferragens de São Paulo, mas o responsável pela entidade havia viajado. Uma funcionária do local disse que o sindicato mudou de endereço há quatro anos, que o atendimento era feito no Brás e que a antiga sede visitada pela Folha estava fechada.

O Sindimec (Sindicato da Indústria de Mecânica do Estado de São Paulo) afirmou que o presidente da entidade, Hélio Languidi, só estaria disponível nesta semana. O presidente do Sicesp (Sindicato da Indústria de Calçados no Estado de São Paulo) não foi localizado. O presidente do Sindicato de Bebidas em Geral no Estado de São Paulo, Joaquim Romeu Ferraz, só estaria disponível em 15 dias. (FF e CR)