“Uma das consequências da campanha sindical unitária pelo desenvolvimento e contra a desindustrialização que explicitou uma pauta que vem sendo atendida pelo governo produzindo resultados positivos é a capacidade de o movimento sindical reivindicar, hoje, com possibilidade de sucesso, aumentos reais de salários nas grandes negociações em curso.
Isso porque a conjuntura apresenta se favorável, com emprego e ganhos reais já no primeiro semestre do ano e a indústria recuperando-se com firmeza neste segundo semestre. O emprego manteve-se estável, mas a produção avançou, bem como as receitas e os lucros. Comércio e serviços também navegam com bons ares.
Uma das chaves que abre a porta do discurso miserabilista do patronato nas mesas de negociação é a crise internacional e seus efeitos no Brasil; outra chave é o refrão surrado do “custo Brasil” onde se menciona a flexibilização dos direitos trabalhistas em favor do aumento da produtividade e da competitividade sem ganhos reais.
As duas chaves estão quebradas.
Exatamente com os ganhos reais já obtidos e com as medidas pontuais do governo que atendeu as reinvidicaçoes conjuntas da campanha contra a desindustrialização a crise não tem tido efeito avassalador aqui no Brasil; a própria desindustrialização tem sido contida e enfrentada. A economia se recupera.
Como a indústria não demitiu, ela aumenta com o mesmo contingente de trabalhadores a capacidade de produção e tem ganhos de produtividade. O comércio e os serviços também se animam e apresentam indicadores crescentes.
Já que fomos parceiros quando reivindicávamos crescimento, já que fomos atendidos em grande parte, já que os resultados são positivos, chegou a hora nas negociações salariais de garantir o quinhão dos trabalhadores até mesmo porque eles são imprescindíveis para o desenvolvimento”.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical