Estamos vivendo tempos de difíceis previsões ou planejamentos. Democraticamente, o atual governo chegou ao Poder prometendo um país melhor, o que é bastante natural em qualquer governo. No entanto, a realidade já se mostra bem distante da propaganda eleitoral e da urgência que o país precisa para voltar a crescer. Nunca um governo, de esquerda, centro ou direita, se mostrou tão despreparado e inapto para lidar com nossos problemas.
É inegável que as soluções para as graves questões que estão colocadas não se resolveriam em apenas 5 meses de mandato. No entanto, o que mais exaspera todos os setores sociais é a absoluta falta de projetos e o flagrante despreparo em todas as áreas. A cada dia, novas trapalhadas se acumulam. Declarações irresponsáveis da presidência se contradizem o tempo inteiro com seus ministérios; enfrentamentos inúteis que vão desde a área internacional ao relacionamento com o Congresso Nacional, demonstram uma absoluta incapacidade de governar e assim vamos assistindo o país se atolar em mais uma crise de caráter institucional e, naturalmente, econômica.
Milhões de trabalhadores desempregados esperam por uma vaga no mercado de trabalho. Outros milhões já nem esperam mais e buscam sobreviver de qualquer maneira. Grandes empresas demitem a força de trabalho, não investem. Médias e pequenas empresas, que sempre foram as que mais empregaram no Brasil, fecham suas portas e a cada dia os dados sócio-econômicos pioram. O setor financeiro é, sem dúvida, o único que demonstra crescimento. Mas devemos ter claro que nenhuma economia se sustenta apenas em cima de juros, sem que haja produção de nada.
Diante de tal realidade o que resta ao movimento sindical? O que pode fazer uma estrutura que vem sendo demolida com total intensidade pelo atual governo e, principalmente após a Reforma Trabalhista?
Se existe algo de positivo nisso tudo é que diante do iminente caos sempre existe a possibilidade de coisas novas surgirem com mais força, organização e capacidade de atuação. É assim que devemos encarar nosso trabalho com os sindicatos e outras entidades de representação que legitimamente lutam pela manutenção e avanço de direitos.
Saberemos resistir e já estamos resistindo. Este não é o primeiro nem o último momento de crise pelo qual passamos ou passaremos. E, como sempre, será com novos projetos e novas estratégias que a estrutura sindical no Brasil sobreviverá. Sem esperar nada de governos, nosso futuro está e sempre esteve em nossas mãos.
Claudio Magrão
Secretário-Geral da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo