“O sindicalismo é, antes de tudo, um movimento social. Isso quer dizer que nossa ação extrapola as reivindicações trabalhistas. Até porque o que nós buscamos, objetivamente, é uma ordem social mais justa. Ou seja, mais qualidade de vida para nosso povo.
Por isso, nossa frente de ação é ampla. E cito aqui três exemplos recentes:
1) Dia 3 de agosto, a Força Sindical e demais Centrais reuniram 80 mil manifestantes em São Paulo, em uma grande manifestação para fortalecer as reivindicações trabalhistas; 2) Dia 4, nos encontramos em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, para mostrar que o plano de política industrial do governo é tímido e insuficiente; 3) E no dia 9, terça, tivemos reunião com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia, cobrando que ele coloque em votação as matérias de interesse dos trabalhadores.
Passarela – Aqui em nossa base essa atuação também ultrapassa a fronteira sindical. Neste momento, por exemplo, estamos correndo abaixo-assinado em fábricas e bairros da região, cobrando a construção de uma passarela no km 207 da via Dutra, altura da empresa Modine. O local é um perigoso ponto de travessia, com atropelamentos constantes. Nossa pressão, nesse caso, é sobre a Prefeitura de Guarulhos e a concessionária Nova Dutra. Queremos segurança para os trabalhadores e também para os moradores da região.
Formação – Quando digo que nosso objetivo é construir uma ordem social mais justa tenho de considerar, concretamente, a questão política. E nosso Sindicato também atua nesse campo, por meio do Ciclo de Formação, que tem como tema Sindicalismo, Economia e Política. Aliás, nesta sexta, dia 12, reuniremos em nossa sede mais um grupo de trabalhadores da base para mais uma rodada do Ciclo.
Um outro aspecto que gostaria de destacar é a questão da democracia. Hoje, o sindicalismo pode ter essa atuação ampla porque vivemos num País livre e democrático. O direito de se manifestar e de lutar pelo interesse coletivo é o que dá bases para uma ação sindical que atende os trabalhadores e também ajuda o Brasil, ajuda a cidade e ajuda o bairro onde vivem nossos trabalhadores.
Dentro de algumas semanas, começaremos os preparativos da campanha salarial dos metalúrgicos, buscando avanços em direitos e ganho salarial real. Queremos participar do crescimento do Brasil, o que exige elevação da massa salarial, distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno. Uma outra característica da atividade sindical: ela não para”.
José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região