A primeira vez que ouvi falar de Butão foi pelo colega Nilton Pavin, que por lá esteve como um businessman, homem de negócios, não jornalista, e registrou cenas através de máquina fotográfica que levou escondida e que resultou em álbum e exposição. Butão é um país encravado na Ásia aos pés da Cordilheira do Himalaia. Recentemente foi realizado em São Paulo uma conferência nacional sobre um assunto que vem de lá, 73 variáveis sintetizadas em 9 itens que mais contribuem para a meta de atingir o bem-estar e a satisfação com a vida.
Mundialmente se pensa em medir o desempenho econômico dos países, o Produto Interno Bruto (PIB). Na ótica dos formuladores do PIB, destruir a Amazônia e transformá-la em móveis, pasto e plantação de soja, por exemplo, parece um bom negócio. Isso faz aumentar o PIB, pois só leva em conta a riqueza gerada pelos produtos, ignorando a perda dos recursos naturais e os desastres sociais que essas atividades provocam.
Há várias tentativas em todo o mundo de criar índices que possam medir o quanto a sociedade está evoluindo, de maneira sustentável, na direção de proporcionar uma vida digna e confortável para seus integrantes.
Susan Andrews, norte-americana, deu exemplos de como a busca pelo crescimento puro e simples pode ser uma boa escolha para os números da economia, mas um péssimo caminho na vida dos cidadãos: “Nos Estados Unidos, desde 1950, o PIB aumentou três vezes. Nesse período, o índice de crimes violentos quadruplicou e aumentou o número de pessoas deprimidas e o suicídio entre adolescentes. Várias pesquisas mostram que o ápice da felicidade foi durante a década de 1950. De lá para cá houve degradação não no plano material, mas no imaterial”.
Michael Pennock, do Observatório para Saúde Pública em Vancouver, no Canadá: “Estamos ficando mais prósperos, mas perdendo a sensação de vida na comunidade. Não somos mais felizes e estamos destruindo o planeta”.
Um dos dados novos é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) usado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que leva em conta o PIB per capita, a longevidade das pessoas e sua educação (avaliada pelo índice de analfabetismo e pelas taxas de matrícula em vários níveis de ensino).
O IDH foi criado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq quando diretor de planejamento de políticas do Banco Mundial e organizador do primeiro relatório de desenvolvimento humano da ONU, e pelo indiano Amartya Sem, que recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1998.
O conceito de felicidade interna bruta tem pelo menos 30 anos, e engloba não só o crescimento econômico, mas também as dimensões sociais, ambientais, espirituais e culturais do desenvolvimento. Essas variáveis foram estampadas no site Gestão Sindical de Oswaldo Braglia, a partir do Instituto Ethos, e estão abrigadas em nove itens gerais, uma espécie de os 9 itens da felicidade.
São elas: 1. Bom padrão de vida econômico; 2. Gestão equilibrada do tempo; 3. Bons critérios de governança; 4. Educação de qualidade; 5. Boa saúde; 6. Vitalidade comunitária; 7. Proteção ambiental; 8. Acesso à cultura; 9. Bem-estar psicológico.
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Rivaldo Chinem
Assessor de Comunicação da CNTM e
do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo