Cerca de 20 mil trabalhadores paralisaram ontem as atividades nas obras da refinaria Abreu e Lima, no complexo de Suape, em Ipojuca (50 km de Recife).
O sindicato patronal pediu na Justiça que a greve seja considerada ilegal.
A paralisação começou na quinta-feira, com cerca de 4.000 trabalhadores do consórcio Conest (formado por Odebrecht e OAS).
Operários de outros consórcios aderiram ao movimento e, ontem, a paralisação atingiu 100% dos trabalhadores da refinaria, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada.
A federação informou que trabalhadores de outras obras do complexo também “suspenderam temporariamente” as atividades, até que as empresas aceitem as reivindicações dos operários.
Os trabalhadores pedem pagamento de 100% de horas extras aos sábados e aumento do vale-alimentação de R$ 80 para R$ 160.
O Conest ofereceu 80% de hora extra e R$ 130 para alimentação.
Os operários do consórcio já haviam parado por seis dias em fevereiro. Na época, um operário foi baleado durante protestos e um alojamento foi destruído.
O movimento foi suspenso depois que o Ministério Público do Trabalho interveio e começou a mediar as negociações.
Houve acordo em 11 pontos, mas não houve consenso sobre vale alimentação e horas extras.
Em nota, o Conest lamentou a rejeição da proposta pelos trabalhadores e disse que as negociações agora serão feitas pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada -que afirma que a greve é ilegal.
A refinaria de Abreu e Lima recebeu investimentos de US$ 13,3 bilhões da Petrobras e deve entrar em operação em dezembro de 2012.
(LUIZA BANDEIRA)