Arquivo CNTM
“O setor siderúrgico de ferro gusa em Sete Lagoas passa novamente por um sufoco”. Esta opinião é de Ernane Geraldo Dias, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas/MG.
Segundo ele, na última semana de julho, foi deflagrada uma força tarefa chamada Corcel Negro pelos Ministérios Públicos de Minas Gerais e da Bahia, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civil e Militar, IBAMA e outros órgãos ambientais. Esta operação resultou na prisão de 40 pessoas, embargo em quatro siderúrgicas e apreensão de mil toneladas de ferro gusa, 78 caminhões, 5 mil metros cúbicos de carvão e várias armas.
CNTM – Qual o resultado desta operação para os trabalhadores?
Ernane Dias – Foi funesto! Em Sete Lagoas, foram fechadas três siderúrgicas e ocorreu a demissão de cerca de 700 trabalhadores: 150 na ITASIDER, 255 na SIDERMIN e 290 na USISETE.
CNTM – São muitos os problemas deixados?
Ernane Dias – Duas destas empresas estão com problemas de caixa e os acertos terão de ser parcelados, podendo ainda trazer reflexo nas outras empresas. Vale ressaltar que em setembro/outubro de 2008, no início da crise mundial, a cidade contava com 21 empresas de ferro gusa, sendo que 19 estavam em funcionamento, com um total de 26 fornos em atividade. Veio a crise, aconteceram demissões em massa e o setor tentava reerguer-se. Mas, após esta última escaramuça, temos somente onze empresas em funcionamento, com 14 fornos em operação e, mesmo assim, produzindo entre 50 e 80% de sua capacidade de produção.
CNTM – Qual a maior preocupação do Sindicato?
Ernane Dias – Infelizmente, as autoridades municipais, estaduais e federais nada fazem para beneficiar o setor, que emprega uma grande massa de mão-de-obra de baixa qualificação profissional, muitos na faixa etária entre 40 e 50 anos que, num momento deste, ficam desamparados.