Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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O vigor do Fórum Social Mundial


Escrito por João Carlos Gonçalves

“Cerca de 100 mil pessoas, de 146 países, participam do Fórum Social Mundial em Belém (PA), entre 27 e 31 de janeiro. Na Amazônia, sindicatos, movimentos sociais, ONGs e partidos do campo democrático e popular de todo o mundo reafirmaram a convicção de que “um outro mundo é possível”. Tem sido muito discutida entre “altermundistas” e imprensa e efetividade do FSM, sua capacidade de articular um programa mínimo que mobilize, em torno de objetos comuns. Detratores insistem em classificá-lo como retrógrado, estatista, festivo e alternativo.

Uma releitura da Carta de Princípios do FSM, adotada em 2001, em Porto Alegre (RS) reafirma sua vitalidade e contemporaneidade. O FSM é um espaço plural, não-governamental e não-partidário, que se contrapõe à globalização excludente levada a cabo pelas corporações multinacionais com a cumplicidade de governos e instituições financeiras internacionais; é aberto à reflexão e ao debate democrático; formula proposta contra o neoliberalismo e o domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo; estimula a ação da cidadania em defesa dos direitos humanos e a democracia participativa; é contra todas as formas de sexismo, racismo e de destruição ambiental impostas pela globalização em curso.

Portanto, o projeto do FSM continua ´colocado´ com os problemas do nosso tempo, que ficam evidentes quando enfrentamos a crise econômica, desemprego e outras chagas sociais resultantes do receituário neoliberal emanados do Fórum Econômico de Davos.

Os trabalhadores, através da Força Sindical, CUT e UGT, da Confederação Sindical Internacional e das Américas deram um grande exemplo das possibilidades abertas com a unidade de ação: organizaram o Espaço do Mundo do Trabalho, que reuniu o movimento sindical mundial para discutir as alternativas à crise financeira internacional, ao desemprego, e as políticas para o desenvolvimento e crescimento aconômico sustentável, a crise alimentar, dentre outros.

Neste sentido, não agradou o FSM não ter adotado uma Declaração Final, documento que contribuiria para dar maior relevância ao evento e às suas demandas, especialmente uma resposta à crise financeira e à necessidade de reformas dos organismos internacionais, pois está claro que o combate às crises econômica, climática e alimentícia está relacionado à superação da globalização excludente”.

João Carlos Gonçalves, o Juruna, é, secretário-geral da Força Sindical

Fonte: Diário de Grande ABC