Por Luiz Carlos Miranda
O movimento sindical brasileiro tem tido uma posição unitária, coerente e forte no enfrentamento da crise.
Além da resistência às demissões e da luta constante pela melhoria das condições dos trabalhadores incluindo, onde for possível, aumentos reais de salários, o movimento sindical tem lutado para garantir as melhores condições de produção e consumo na economia (exemplo: o reajuste do salário mínimo).
Vamos citar outros três casos: o setor automotivo já voltou a crescer devido às pressões atendidas do movimento sindical pela redução do IPI com garantia de emprego; na construção civil o plano de governo para construir um milhão de moradias para o povo trabalhador conta com o apoio ativo do setor sindical respectivo e, recentemente, a linha branca também foi beneficiada.
Nós, que militamos no setor siderúrgico, elogiamos estas medidas. Mas se o setor automotivo foi atendido, se a construção civil foi ajudada e a linha branca também, como ajudar nosso setor, que alimenta estes outros três?
Precisamos de ações efetivas do governo, das empresas – em particular do grande Grupo Usiminas – e dos trabalhadores, para trilharmos um caminho, não o do protecionismo, mas o do produtivismo para o nosso setor.
Sugestão: A intervenção do Governo à entrada de produtos siderúrgicos no Brasil é importante para impedir a redução de empregos no mercado brasileiro.
O movimento sindical e, em especial, o Sindipa estão atentos ao empreendedorismo que poderá ser uma das alternativas ao desemprego.
O Sindipa também tem investido na formação de mão-de-obra, mas as empresas e, em especial, a Usiminas também são responsáveis pela capacitação.
Cobramos mais investimentos.
Com a união de esforços, construiremos as alternativas.
FIM DAS DEMISSÕES COLETIVAS
Em audiência realizada na manha de ontem (23/4/09) na Justiça do Trabalho de Coronel Fabriciano, presidida pelo desembargador Caio Vieira de Mello, no processo movido pelo Sindipa contra a Usiminas e empreiteiras, foi celebrado um acordo que põe fim ao terror e à apreensão das demissões coletivas.
Diante deste período de turbulência, nosso desafio foi estabelecer meios legais para combater as demissões e, por isso, com diálogo, foi construído um PDV – Programa de Desligamento Voluntário. Em nossa visão, o PDV não é o ideal, mas ameniza o terror vivido hoje pelos metalúrgicos.
O processo e o acordo demonstram a conduta firme e responsável do Sindipa, defendendo, intransigentemente, o direito dos trabalhadores frente às ameaças. Seguimos mobilizados e preparados para ampliar o diálogo, inclusive, sugerindo outros programas que preservem o emprego.
O Programa de Desligamento Voluntário será divulgado em toda sua integralidade pela Usiminas.
EMPREITEIRAS – Na mesma audiência, ficou definido que as empreiteiras terão o prazo de 10 dias para criarem e apresentarem os seus PDV´s. ENQUANTO ISSO, NENHUM TRABALHADOR PODERÁ SER DEMITIDO.
TRÂNSITO CAÓTICO
Assim como nos grandes centros urbanos, a área interna e portarias da Usiminas estão com um trânsito terrível. É preciso que a empresa tome providências urgentes para desafogar a circulação dos veículos, pois novos acidentes poderão ocorrer.
Por Luiz Carlos Miranda
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga/MG (SINDIPA) e Secretário de Relações Públicas da CNTM