por Edenilson Rossato (Alemão)
A sociedade brasileira passa por momentos de grandes transformações.
Desde o ano passado, com a greve geral que parou o Brasil por 24 horas, em 28 de abril de 2017, as lutas dos trabalhadores contra a exploração e a retirada de direitos têm sido um recado claro e direto: ‘não aceitamos uma classe política que não esteja comprometida com as demandas do País e da sociedade’.
O Brasil está estagnado, a economia patina, os preços de combustíveis dispararam, o desemprego aumenta, o País voltou a fazer parte do mapa da fome e o caos começa a se instalar.
Neste cenário de ‘apocalipse’, de desmoralização da classe política, acompanhamos a greve de caminhoneiros, claramente estimulada por empresários do ramo que vivem nas redes sociais com discursos nacionalistas, propondo ainda mais a negação da política. Para aqueles que enxergam um palmo à frente do nariz, é evidente que a greve tem cunho político e demandas para aumentar os lucros das empresas, lucros estes que serão compensados pelo atual governo com mais sacrifício da sociedade brasileira.
O que não esperavam era o reflorescimento da semente plantada na consciência dos trabalhadores na greve de 28 de abril de 2017. A greve dos caminhoneiros tomou proporções instigantes, pois outras categorias perceberam o caminho da luta – e os sindicatos progressistas têm um papel fundamental nestas organizações, pois, além de serem responsáveis em criar a consciência de classe, há muito tempo têm denunciado as mazelas brasileiras e o desmonte dos direitos sociais e trabalhistas.
Em meio a esta turbulência social, se destaca novamente o papel democrático de resistência dos metalúrgicos de São Paulo e do Brasil. Mais uma vez na história no País, nós, trabalhadores e dirigentes metalúrgicos, assumimos as rédeas da luta.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Miguel Torres, por exemplo, tem defendido firmemente em suas ações a necessidade de uma política desenvolvimentista, a revogação da reforma trabalhista, a unidade do capital nacional com o trabalho, uma política de proteção à indústria nacional e a geração de empregos com qualidade.
Estas são algumas das reivindicações da pauta do sindicalismo autêntico que defendemos, voltado para a luta dos trabalhadores, com dirigentes honestos e comprometidos com a causa social, popular e trabalhista.
Defendidas por Miguel Torres, que tem sido nos últimos anos uma das principais e expressivas vozes da classe trabalhadora, estas bandeiras servem para dar um rumo às medidas que o novo governo federal – a ser eleito neste ano – deve adotar para ganhar a confiança da sociedade, tirar o País deste lamaçal em que se encontra, mantendo a esperança, a sobrevivência e o resgate da autonomia sindical progressista, e começarmos um novo tempo, de progresso e bem-estar para todos!”.
Edenilson Rossato (Alemão)
diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes