Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

O fim da redução do IPI

Um novo recorde de vendas foi batido no mês de março pela indústria automobilística brasileira. Foram 353.734 unidades. Se comparado ao mesmo mês de 2009, as vendas foram superiores em 30,3%.

Quando comparamos o primeiro trimestre de 2010 com o mesmo período de 2009, as vendas também foram maiores, somando 788.003 diante de 668.185 do ano passado.

O bom desempenho deste início de ano, sobretudo no mês de março, é justificado pelo fato de ter sido o último mês com a redução do IPI.

Com a volta do imposto integral, as alíquotas passam a ser de 7% para carros com motor 1.0 e 11% para modelos 2.0. Ônibus e caminhões continuam com a isenção até junho.

Os bons resultados da indústria automobilística no período da crise, seja pela ótica da produção, das vendas ou do emprego, podem e devem ser atribuídos em grande parte a isenção do IPI. O que esperar daqui para frente sem o benefício fiscal?

No curto prazo, ainda existe uma incerteza sobre o comportamento dos preços de veículos.

Os estoques altos e a forte concorrência entre as empresas certamente dificultarão o repasse do IPI neste primeiro momento. Porém é inevitável que em alguns meses as empresas ajustem
os seus preços, reincorporando o imposto.

No próximo mês, as vendas devem sofrer alguma queda devido à antecipação de compra daqueles que não quiseram perder o desconto do IPI. Porém, ao longo do ano, não se prevê uma redução no ritmo das vendas.

Com a previsão de crescimento da economia de 6% a 6,5% para este ano, farta disponibilidade de crédito com juros menores e ampliação dos prazos de financiamento, espera-se um crescimento de 10% nas vendas de automóveis.

Pode-se dizer que a isenção do IPI e seu retorno gradual foi um acerto na política fiscal que possibilitou o fortalecimento da indústria automobilística brasileira no período da crise, colocando-a em um novo patamar de concorrência para o momento pós-crise, que deve se consolidar com investimentos em novos produtos e geração de mais postos de trabalho.