Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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O fantasma da inflação

Em 2010, o controle da inflação na economia brasileira completa 16 anos. Contudo, sempre que os índices apresentam uma variação acima dos parâmetros considerados normais, aparece uma enxurrada de teorias como se quisessem rememorar os velhos tempos de inflação alta.

Em janeiro, o aumento de 0,88% no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) trouxe a tona tal comportamento. Entretanto, antes de qualquer posicionamento, é fundamental fazer uma avaliação cuidadosa sobre as causas do fenômeno.

Dentre os grupos da cesta de produtos que compõe o cálculo do índice, transportes, alimentação e bebidas foram os principais vilões no mês de janeiro, com variações de 1,45% e 1,13%, respectivamente. Quanto à alimentação, as fortes chuvas de dezembro e janeiro atingiram lavouras em importantes regiões produtoras, reduzindo a oferta de alguns itens e elevando seus preços.

A variação nos transportes é decorrente do reajuste nas tarifas de ônibus urbanos. Só no município de São Paulo o reajuste foi de 17,40%, passando de R$ 2,30 para R$ 2,70. Ainda no grupo de transportes está o combustível, com alta acentuada no preço do álcool e variação de 11,09%, (que devido às fortes chuvas prejudicou muito a safra da cana-de-açúcar), pressionando também o preço da gasolina.

Os dados mostram que a variação é sazonal. As implicações ocorridas por conta das chuvas devem ser sanadas nos próximos meses, assim como o preço dos combustíveis, que também deve abrandar a partir de março, quando se inicia a próxima safra de cana-de-açúcar. Portanto, a pressão inflacionária exercida pelos grupos de alimentação e transporte é pontual e poderá não se estender.