Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

CNTM

O exemplo de Getúlio

Dia 24, o Movimento Sindical do PDT homenageou Getúlio Vargas. O evento ocorreu em São Paulo, no dia em que a morte do líder trabalhista completava 61 anos.

Os oradores, jovens ou idosos, destacaram a honestidade, o nacionalismo, a coragem e o compromisso de Getúlio com os mais pobres.

Naquele fatídico 24 de agosto de 1954, foi encontrada junto a Getúlio a “Carta-Testamento”, documento de impressionante força política e peso histórico.

Abaixo, trechos da Carta:

“Mais uma vez, as forças contra o povo se desencadeiam sobre mim.

Não me acusam, me insultam; não me combatem, caluniam. Precisam sufocar a minha voz, para que eu não continue a defender o povo e principalmente os humildes.

Depois de decênios de domínio dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação. Tive que renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma.

Tenho lutado hora a hora, resistindo a uma pressão incessante, renunciando a mim mesmo, para defender o povo. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.  Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém.

Lutei contra a espoliação do Brasil. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Saio da vida para entrar na história.”

Getúlio era um estadista. Defendia que o Estado nacional tivesse um papel preponderante no processo econômico. Lutava para que o patrimônio brasileiro não fosse transferido aos estrangeiros. Esse patrimônio incluía, entre outras, a Petrobrás, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Vale do Rio Doce.

Viva Getúlio Vargas. Seu ideal nos ilumina”.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região

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