Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Novo regime automotivo privilegia o carro elétrico

Valor Econômico

João Villaverde

De Brasília

O governo está avançado na modelagem de um novo regime automotivo. O objetivo principal das medidas que estão sendo analisadas no Ministério da Fazenda é incentivar os investimentos em inovação tecnológica na indústria automobilística de forma a ampliar a participação de veículos elétricos e híbridos no mercado brasileiro.

Brasília quer que a indústria instalada no país produza veículos elétricos. Para isso, o governo estuda zerar a alíquota de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre os veículos elétricos e híbridos. Também planeja tornar compulsório o selo de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), ainda de adesão voluntária e pouco conhecido pelos consumidores de automóveis, como condicionante para a participação de montadoras em licitações públicas.

Uma fonte do alto escalão do governo explicou ao Valor a motivação das medidas que constarão do novo regime: “Se o governo não criar um elemento que mude a conta das empresas, não vai acontecer. É preciso incentivar”. A iniciativa de popularizar o “carro verde” segue uma tendência principalmente europeia.

O governo mantém, desde maio, conversas com representantes da indústria, filiados à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), e também com dirigentes da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “Já conversamos com a indústria”, diz uma fonte graduada, “algumas empresas estão mais à frente que outras, mas todas sabem que cedo ou tarde o futuro da indústria automobilística é o carro elétrico”.

Há no governo divisões quanto ao forte incentivo a veículos híbridos e elétricos. Há aqueles que veem no etanol a principal “saída para o futuro” da indústria automobilística do país. Outro grupo entende que os veículos elétricos aumentarão muito a demanda por esse tipo de energia, exigindo esforços das usinas termelétricas, que são mais poluentes. Além disso, criticam a “lenta” evolução da bateria elétrica.