São Paulo, 31 de agosto de 2016
Sai governo, entra governo e a mentalidade política não muda. A decisão do Copom de manter a taxa Selic no patamar abusivo de 14,5% ao ano mostra que tanto o antigo quanto o governo recém empossado apostou e continua apostando na recessão e no desemprego para a manutenção de políticas voltadas para uma minoria, que vem mantendo seus privilégios e concentrando cada vez mais renda, em detrimento do sofrimento de milhões de brasileiros desempregados ou que estão perdendo seus pequenos negócios.
Juros nas alturas não geram emprego nem investimentos na produção, apenas privilegiam o capital especulativo, que segue ileso pela crise avassaladora, enquanto milhões de brasileiros, pequenos produtores, trabalhadores nadam contra a maré alta da inflação, do endividamento, da carga tributária que não baixa, do despejo avassalador, do empobrecimento da Nação. Haja vista a queda de 4,9% do PIB nos últimos 12 meses, e de 9,8% na produção industrial.
Falta coragem ao governo para determinar medidas efetivas para o crescimento da economia ou a intenção é fomentar a crise para forçar a aprovação de reformas que vão tão somente tirar ainda mais direitos e benefícios sociais da já tão fragilizada classe trabalhadora, formada por cerca de 150 milhões de brasileiros que não estão sendo ouvidos nem respeitados na sua cidadania?
A redução dos juros e a adoção de medidas que priorizem a geração de emprego e renda, a retomada da produção, o mercado interno são necessidades urgentes para o Brasil retomar o caminho do seu crescimento econômico e social.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM