A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de aumentar a taxa Selic é extremamente perversa com os trabalhadores.
Esta é a primeira vez em seis anos que o Copom decide aumentar a taxa básica de juros que atinge 2,75% p.p. e coloca uma trava a mais no desenvolvimento e no crescimento econômico do País, que atravessa um momento extremamente difícil em razão da pandemia da Covid-19 que está deteriorando a nossa economia e, principalmente ceifando milhares de vidas.
A alta é um verdadeiro balde de água fria na economia. A medida derruba a atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias e, mais, reduz a confiança e os investimentos dos empresários, o que compromete a capacidade de crescimento econômico futuro.
Além disso, o aumento da taxa de juros tem se mostrado, ao longo do tempo, ineficaz no combate a inflação, encarece o crédito para consumo e para investimentos, causa mais desemprego, queda de renda, piora o cenário de recessão da economia e ainda contribui para diminuir a arrecadação do governo. E mais, concentra cada vez mais renda nas mãos de banqueiros e especuladores financeiros.
Defendemos que o governo mantenha a política de redução da taxa de juros e promova a implementação de uma política que priorize a retomada do investimento, o crescimento da economia, a geração de emprego, a redução da desigualdade social, o combate à pobreza e a distribuição de renda.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical