As centrais sindicais Força Sindical, CUT, CGTB, CTB, Nova Central e UGT, reunidas nesta terça-feira em São Paulo, vêm a público manifestar o seu mais veemente repúdio à postura intransigente e truculenta da direção da Bosch, que demitiu 900 trabalhadores da sua unidade de Curitiba, colocando outros três mil funcionários em licença remunerada.
Conforme denúncia do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, a política do facão foi aplicada no último dia 18 pela multinacional alemã após os trabalhadores terem soberanamente se posicionado contra a proposta de redução salarial advogada pela empresa, sem qualquer garantia de manutenção dos empregos.
O comportamento da Bosch, assim como as milhares de demissões patrocinadas recentemente pela Embraer e pela Vale, entre outras grandes empresas, reforçam a nossa convicção da necessidade da imediata aprovação, pelo Congresso Nacional, da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho, que impede as demissões imotivadas. Tal medida é fundamental para combater os altos índices de rotatividade da mão-de-obra brasileira, que têm penalizado com mais intensidade as mulheres e jovens. Os empresários vêm se aproveitando deste mecanismo para acumular lucros e diminuir os ganhos salariais dos trabalhadores, que foram fruto da nossa organização e mobilização unitária.
Diante dos sucessivos atropelos à negociação e à representação sindical, os Tribunais Regionais do Trabalho de São Paulo e Minas Gerais já se pronunciaram pela ilegalidade de tais procedimentos e pela necessidade de que seja garantido o diálogo com os trabalhadores.
Compreendemos que o fortalecimento do mercado interno, dos empregos, salários e direitos da classe trabalhadora é, neste momento, o caminho para defender o país dos impactos negativos da crise internacional.